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Lavoura americana encharcada, em Iowa, em 2019. Clima não favorceu a safra passada dos americanos (Foto: Bruno Blecher/Ed. Globo)

 

A região produtora de grãos dos Estados Unidos, que está em fase de plantio da safra nova de soja e milho, deve ter clima mais dentro da normalidade. Bem diferente do ano passado, quando houve atraso na semeadura da safra e quebra de produção por conta das condições climáticas.

A avaliação foi feita pelo agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Rural Clima, em entrevista transmitida pelo perfil da Globo Rural no Instagram, na segunda-feira (27/4). Ele disse que a faixa sul do meio-oeste, principal região produtora de grãos do país, e a costa leste devem ter volumes expressivos de chuvas pelo menos até meados de maio, afetando os trabalhos de plantio, especialmente de milho.

De acordo com o relatório de condições de lavoura, divulgado na segunda-feira (27/4) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os americanos tinham plantado 27% da área reservada para a cultura até o último domingo (26/4), um salto de 20 pontos percentuais em relação à semana passada. No mesmo período no ano passado, a proporção era de 12% e, na média das últimas safras, de 20%.

Na soja, a área plantada chegou a 8%, um avanço de seis pontos percentuais em relação à semana anterior. Na mesma época do ano passado, a proporção semeada era de 2% e, na média das últimas safras, de 4%.

Chuva e frio no Brasil

Já para o Brasil, a expectativa é de chuvas para áreas da região Norte e Nordeste nas próximas semanas. No Maranhão, o regime deve ser diferente, a depender da região. Na área mais ao norte de Balsas, a previsão é de chuva para os próximos dez a 15 dias. Assim como para o extremo norte de Tocantins. Os agricultores do Ceará e do Piauí também devem ter bons volumes de chuva no curto prazo.

“No Ceará, os agricultores terão um inverno típico de inverno. Zonas de leste batendo, águas quentes no Atlântico Equatorial. Gradativamente, as chuvas tendem a diminuir ao longo de maio”, disse Santos.

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O agrometeorologista alertou, por outro lado, que as condições climáticas indicam que massas de ar polar tendem a entrar com mais facilidade sobre o país. Isso reforça a possibilidade de geadas, embora, segundo Marco Antônio, não seja possível prever a ocorrência desse fenômeno com mais de cinco dias de antecedência.

“Se vier uma frente fria na semana que vem, há uma tendência de que na sequência venha uma massa de ar polar e pode derrubar a temperatura. Pode ter geada? Não sei. A probabilidade é grande de, neste não, termos uma geada tardia no Sul neste ano”, explicou Santos.

Segundo semestre

Mais a longo prazo, Marco Antônio dos Santos, afirmou que, até este momento, as previsões apontam para boas condições climáticas na região Centro-Oeste, o que deve favorecer o plantio da safra nova. Ele disse que Mato Grosso e Mato Grosso do Sul devem ter boas condições para os sojicultores semearem as lavouras a partir de setembro.

Já em Goiás, pode ser que o produtor não consiga plantar logo depois do fim do vazio sanitário. No entanto, se houver algum atraso, pode ser de uma semana ou dez dias, o que não compromete o andamento da safra. No Rio Grande do Sul, que, na safra deste ano foi atingido por uma forte estiagem, a tendência também é de clima mais favorável.

“Não pense em El Niño nem em La Niña. Vamos ter um clima mais próximo da normalidade. Talvez haja uma certa irregularidade no início da temporada. Depois, na hora que engrenar, teremos uma boa safra”, disse ele, acrescentando que, como as chuvas de outubro devem voltar para o Cerrado, os risco de invernadas sobre as lavouras de trigo da região Sul é menor.
Source: Rural

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