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(Foto: Divulgação)

 

A quarentena forçada diante da pandemia de coronavírus tem aumentado a procura por serviços de entrega de alimentos. Foi pensando nisso que o market place da Feira do Ceasa decidiu expandir o atendimento para pessoas físicas.

Funcionando desde novembro de 2019, o serviço era restrito ao fornecimento de frutas, legumes e verduras (FLV) a pequenos negócios, como bares, restaurantes e padarias. Agora, diante da procura crescente, começou a atender consumidores avulsos.

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“A venda fracionada não estava no nosso plano de negócios. Uma vez que teve a crise, achamos a oportunidade de venda para pessoas físicas e tivemos um enorme ganho”, afirma Wander de Moraes Paes, CEO da CV Market Place, responsável por administrar o site.

Segundo ele, os acessos ao e-commerce saltaram de uma média de 9 mil para mais de 37 mil na última quinzena. Cerca de 300 clientes se cadastraram no espaço virtual no mesmo período. Desses, pelo menos 100 fizeram uma compra.

Lucro extra

Também houve um grande incremento nas buscas pelas redes sociais. Até a última sexta-feira (3/4), a venda era feita só em quantidades para atender aos atacadistas, como caixas de alface com 12 unidades, 18 quilos de tomate e até 50 quilos de batata. Mesmo assim, pessoas físicas começaram a comprar para dividir com amigos e familiares.

Há claramente uma demanda reprimida. Nós percebemos isso quando houve um aumento do acesso e no número de cadastros

Wander de Moraes Paes, CEO da CV Market Place

 

 

Desde sábado (4/4), o e-commerce está atendendo esse público de maneira direcionada, com a venda também em pequenas quantidades, entre um e três quilos. Com isso, a média diária de vendas, que era de um a dois pedidos em grandes quantidades, agregou outras 10 a 15 compras de pessoas físicas. Enquanto o ticket médio é de R$ 350 para o atacado, esse valor é de R$ 150 para as fracionadas.

Praticidade aos consumidores

Pensando em fugir de espaços com um grande número de pessoas e ficar em casa durante a quarentena, Abigail Rosa, 56 anos, começou a procurar na internet redes de entrega de alimentos perecíveis. Foi assim que encontrou o market place do Ceasa.

Com o problema da epidemia, eu não tenho saído muito. Fiz o pedido, e a entrega levou quase dois dias, como combinado. Foi muito bom porque economizei quase a metade do valor que gastaria

Abigail Rosa, consumidora

Abigail, que reside na Vila Prudente, zona leste de São Paulo, diz ter comprado limão, laranja, mamão, manga, maçã, além de hortaliças. O mesmo pensamento de evitar espaços públicos levou Marta Tagliaverga, 63 anos, a encontrar o site.

É que ela e o marido, André, 64 anos, fazem parte do grupo de risco do coronavírus. "A experiência foi muito boa. Eu não precisei ir ao Ceasa, e os produtos chegaram em ótimo estado de conservação", conta.

Moradora do Morumbi, bairro nobre da zona sul  da capital paulista, Marta diz ter comprado berinjela, cenoura, abobrinha, tomate e banana. Ela comemora a economia convertendo a quantidade ao proporcional para o consumo doméstico. “Em uma dúzia de bananas, eu gastaria cerca de 30% a mais. Vamos seguir comprando depois da crise”, garante.

Restaurantes

Outro ponto em que a plataforma tem feito sucesso é no atendimento a estabelecimentos em bairros distantes do centro. A empreendedora Kelly Pereira Francisco, 30 anos, buscava uma opção de fornecimento de alimentos frescos para o seu negócio, o Restaurante da Marlene, que tem duas unidades em Parelheiros, no extremo sul de São Paulo.

Fui entender se eles poderiam atender a minha região. Muita gente faz propaganda, mas não consegue entregar ou o custo é muito elevado. Dessa vez, o preço foi justo e eu evitei gastos com o deslocamento até o Ceasa

Kelly Pereira Francisco, dona de restaurante

Kelly conta ter realizado duas compras e gasto cerca de R$ 350 em cada, com pepino, beterraba, abacaxi, manga, batata lisa e doce, cenoura e cebola. Com isso, ela evitou algumas das saídas diárias que costuma fazer para abastecer o estoque. “Fiz o pedido e os produtos chegaram bem armazenados e em ótimas condições”, conta a empreendedora.

Inovação do FLV

Com atuação na Grande São Paulo e Região Metropolitana, o e-commerce da Ceasa tem cerca de 150 produtos, com 12 fornecedores. Além de frutas, legumes e verduras, conta com frutas secas, a exemplo de ameixa, castanha de caju, macadâmia e damasco, temperos, grãos e cereais. A expectativa é de que o negócio cresça 50% neste ano.

Independente da crise, nós esperamos crescer porque o nicho de mercado é fértil para a venda de frutas, legumes e verduras

Wander de Moraes Paes, CEO da CV Market Place

 A ideia nasceu depois que o fundador, Cristian Rosa, 43 anos, venceu uma licitação para desenvolver o portal da Ceagesp. À época, ele tinha uma empresa de tecnologia. “Com o tempo, começamos a entender os gargalos dos permissionários. São feirantes que no decorrer de 50 anos se tornaram grandes empresários”, avalia.

Após pesquisas de mercado, ele iniciou a implementação da plataforma em janeiro de 2019. O negócio de compras on-line para o segmento FLV começou a funcionar em novembro do mesmo ano, depois de um aporte de R$ 1 milhão com infraestrutura, tecnologia e pessoal.

Como comprar?

(Foto: Reprodução)

 

Para comprar, basta fazer um cadastro simples no site. Depois escolher os produtos e inseri-los no carrinho, é necessário colocar dados do pagamento (cartão de crédito, boleto ou transferência bancária) e do endereço da entrega.

Após a aprovação, o cliente pode acompanhar o envio pelo site. Ainda não há apps disponíveis, o que deve ser feito em breve. Mas a empresa ressalta que o seu site é responsivo e se adapta a diversos aparelhos, de smartphones a tablets.
Source: Rural

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