(Foto: Joel Silva)
A disseminação do coronavírus no Brasil fez o Banco do Brasil antecipar para esta segunda-feira (23/3) a disponibilização de linhas de crédito prevista para serem apresentadas apenas na Tecnoshow Comigo, de 30 de março a 3 de abril. A feira em Rio Verde (GO) foi adiada devido à pandemia.
Uma das novidades, segundo o vice-presidente de Agronegócios e de Governo do banco, João Rabelo, é um montante alocado dentro da linha Investe Agro, destinado ao financiamento de pequenos silos e estruturas de estocagem, com taxa de 8,5% ao ano para amortização em até cinco anos e de 9% ao ano para o prazo de oito anos.
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Inicialmente, o Banco do Brasil ofertará R$ 1 bilhão para a linha, mas, segundo Rabelo, será possível aumentar o volume se houver demanda. Ainda dentro do Investe Agro, o banco liberou nesta segunda recursos para financiar a compra de sistemas de irrigação e de energia fotovoltaica.
"A ideia é financiar pequenas estruturas de células fotovoltaicas, que trarão redução do uso de energia nos aviários, por exemplo. A conta de luz pode cair de R$ 800 para R$ 150", disse Rabelo.
Estocagem da produção
Outra linha de crédito nova que o BB passa a disponibilizar agora se destina ao financiamento da estocagem da produção. Serão R$ 5 bilhões, que poderão ser tomados por produtores com taxa de juros a partir de 7,4% até 11% ao ano, dependendo do perfil de crédito do cliente, com prazo de 12 meses.
Rabelo lembrou que o Banco do Brasil continua ofertando recursos para o pré custeio da safra 2020/21. No dia 20 de fevereiro, o banco anunciou a liberação de R$ 15 bilhões à aquisição de insumos para as culturas da soja, milho, algodão, café, arroz e cana-de-açúcar. Do montante, R$ 5 bilhões são recursos do próprio banco (com taxas de juros de mercado).
Fronteiras
Questionado se o avanço do coronavírus no Brasil pode comprometer a demanda por estas e outras linhas de financiamento, o vice-presidente de Agronegócios do BB disse que, a princípio, não trabalha com a perspectiva de queda na procura.
"Nossa grande preocupação é sobre a possibilidade de fechamento de fronteiras dos Estados. Se isso acontecesse seria ruim, porque no Brasil se produz em um Estado e se exporta em outro, se beneficia em outro", disse.
Do lado da demanda por alimentos, ele não observou, até o momento, sinais de arrefecimento dentro ou fora do país. Mas os investimentos de modo geral podem cair, segundo ele, tendo em vista que o produtor pode adiar a compra diante do cenário incerto.
Pode haver uma redução, sim, em investimentos, mas já estávamos percebendo uma menor procura por máquinas agrícolas quando o coronavírus apareceu na China
João Rabelo, vice-presidente de Agronegócios e de Governo do Banco do Brasil
Source: Rural