Anúncio de quarentena em São Paulo. Da esquerda para a direita: secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido; prefeito de São Paulo, Bruno Covas; governador de São Paulo, João Dória; secretário estadual de Saúde, José Henrique German; e o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, o infectologista David Uip (Foto: Gov. de SP)
O Governo de São Paulo determinou que estabelecimentos de food service, como bares, cafés e restaurantes, devem fechar as portas e, caso queiram continuar suas operações, adotar apenas o sistema de delivery. A decisão faz parte do decreto de quarenta anunciado neste sábado (21/3) pelo governador João Dória, em coletiva de imprensa, no Palácio dos Bandeirantes, sede da administração estadual.
A medida vale por 15 dias, a contar da terça-feira (24/3). Segundo o governador, só devem permanecer em funcionamento serviços essenciais nas áreas de saúde, alimentação, abastecimento, segurança e limpeza. Bancos, correpondentes bancários e casas lotéricas também seguem funcionando, informou Dória.
Na parte de alimentação, estão liberados supermercados, hipermercados, padarias e açougues. O atendimento em padarias está limitado à parte de abastecimento, na qual, segundo o governador paulista, o estabelecimento funciona de modo semelhante a um mini-mercado.
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“Serviços de alimentação preparada, a partir da próxima terça-feira, estão suspensos, e, se desejarem, transformados em serviços de delivery. Bares, cafés e restaurantes em todo o estado devem fechar as suas portas, permanecendo fechados até 7 de abril. Mas, se desejarem, é uma decisão empresarial, poderão funcionar através de delivery. É uma forma criativa de seguirem funcionando e manter os empregos dos seus profissionais”, disse o governador.
Na parte de abastecimento, o funcionamento está autorizado para transportadoras, armazéns, postos de combustível, transporte público e estabelecimentos como pet shop, entre outros. “Continuam funcionando, continuam operando, com os resguardos e cuidados, mais uma vez, que cada um deverá ter, seguindo as orientações sanitárias dos médicos e especialistas", disse Dória.
Bolsonaro
Depois de elogiar a atuação dos ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, Dória foi questionado sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro, que chamou o Covid-19 de “gripezinha” na sexta-feira (20/3). O governador de São Paulo reiterou as críticas que tem feito ao presidente, questionando sua liderança no enfrentamento da pandemia no país.
Coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus no Estado, o infectologista David Uip informou que, neste sábado, completa-se o oitavo dia desde que foi confirmada a transmissão comunitária do coronavírus no Estado. Ele disse que as medidas que vêm sendo anunciadas pelo governo estadual estão sendo adotadas no tempo adequado e considerando os melhores recursos disponíveis.
“São medidas importantíssimas, no tempo adequado, no melhor que estamos vendo de decisões no mundo e respaldadas por critérios científicos. No oitavo dia após a detecção de transmissão comunitária, tomamos medidas mais restritivas. Levem a sério essa pandemia”, afirmou.
O secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, informou que o estado tem 396 casos confirmados de contágio pelo coronavírus no Estado, com 15 mortes e 34 pacientes em tratamento intensivo. “O coronavírus tem uma sintomatologia parecida com uma gripe, mas não é uma gripe. É muito mais um quadro de pneumonia, severa às vezes, do que uma questão de gripe”, explicou.
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Source: Rural