Bancada ruralista se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro e com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em Brasília (DF) (Foto: FPA)
Parlamentares ligados ao agronegócio pretendem começar ainda neste mês a fazer uma avaliação detalhada dos efeitos do acordo entre Mercosul e União Europeia sobre o setor. O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS) informou, nesta quinta-feira (4/7), que está sendo organizada uma audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
De acordo com a assessoria do colegiado, ainda não há uma confirmação de data, mas a ideia da bancada ruralista é marcar a audiência para o próximo dia 16 de julho, uma terça-feira. Alceu Moreira afirmou que a intenção é fazer uma avaliação minuciosa do acordo, que, para entrar em vigor, precisará ser aprovado pelos parlamentos dos países envolvidos na negociação regional.
“Não há nenhuma possibilidade de se fazer um acordo que só tenha vantagem de um lado. Só existe quando trata dos dois. Aquilo que for ruim para o Mercosul, temos que tratar da nossa simetria, da nossa atuação como bloco. Aquilo que for dificuldade para o Brasil, temos que proteger nossos produtores”, disse Moreira, depois encontro dos ruralistas com o presidente Jair Bolsonaro.
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O deputado citou como exemplo o setor do leite, que o próprio governo admite ser uma preocupação no contexto do acordo comercial. Ele lembrou que a cadeia produtiva na Argentina tem cerca de 12,8 mil produtores, que colocam no mercado cerca de 13 bilhões de litros por ano. No Brasil, o volume passa de 30 bilhões de litros, mas são cerca de 1,250 milhão de pecuaristas, a maior parte, pequenos.
“Eles não têm escala. Se trouxermos o leite de fora, vamos ter um desarranjo. Mas nós fizemos o acordo. Então, vamos fazer uma política que permita ao nosso produtor de leite ser mais competitivo”, defendeu Moreira.
O presidente da Frente Parlamentar avaliou ainda que o acordo com a União Europeia pode favorecer o comércio agropecuário do Brasil com as demais regiões do mundo. Na visão dele, o grau de exigência do bloco europeu pode servir como uma espécie de selo de qualidade para o produto brasileiro em outros mercados.
Comprometimento
Alceu Moreira explicou que o encontro com o presidente, nesta quinta-feira (4/7), serviu para a FPA reafirmar seu compromisso com o projeto do governo Bolsonaro. Ainda que os ruralistas tenham influenciado na escolha de Tereza Cristina como ministra da Agricultura, o deputado, que a sucedeu na presidência da Frente Parlamentar, garante que o apoio é “sem compromisso pessoal nem reciprocidade”.
O deputado defendeu que o governo adote uma política agrícola com inteligência estratégica e com o que chama de transversalidade. Segundo ele, se um tema envolve mais de um Ministério, deve ser tratado de forma conjunta.
“Se não houver uma política agrícola junto com a industrial e lincada com o governo, acabamos fazendo essas políticas por parcelas e nossa falta de unidade não gera os resultados desejados”, disse Moreira.
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Source: Rural