Em nota, Atvos informou que pretende moer 27 milhões de toneladas de cana-de-açúcar neste ano (Foto: Ernesto de Souza/ Ed. Globo)
A Atvos, divisão agrícola da Odebrecht, anunciou, na quarta-feira (29/5), ter entrado com um pedido de recuperação judicial. Em nota, a empresa informou que o pedido já foi aceito e que tem até dois meses para apresentar o plano para as autoridades. Atribui a situação à “investida hostil de um fundo internacional” que, como credor, entrou na Justiça e “colocou em risco as operações da empresa”.
“Ao utilizar essa medida legal, a Atvos viabiliza um ambiente seguro e estável para o equilíbrio de suas contas objetivando alcançar a sua capacidade máxima de produção nos próximos anos”, diz o comunicado.
Na nota, a empresa afirma ser a segunda maior produtora de etanol do Brasil, respondendo por 10% do abastecimento no mercado nacional. A expectativa para a safra 2019/2020 é processar 27 milhões de toneladas de cana com o objetivo de produzir 2,1 bilhões de litros de etanol, 237 mil toneladas de açúcar VHP e gerar 2,9 mil GWh (gigawatt/hora) de eletricidade.
“A empresa reforça sua visão de longo prazo no setor e pretende, com a recuperação judicial, seguir sua trajetória de crescimento, acelerando a execução dos planos de investimento na produção de energia limpa e sustentável”, diz a nota.
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De acordo com o jornal Valor Econômico, a Atvos acumula dívidas de R$ 15 bilhões, sendo R$ 3 bilhões com outras empresas que fazem parte do Grupo Odebrecht. Parte desses débitos são avalizados pela própria holding, a ODB, que corre o risco de também ter que recorrer à recuperação judicial caso os credores resolvam executar as dívidas.
Ainda conforme a reportagem, a controladora continua a negociar a situação de suas controladas por meio de acordos privados. No caso da Atvos, até o último momento da quarta-feira (29/5), tentou-se tratar de pelo menos R$ 1,1 bilhão em débitos. Sem se identificar, bancos privados credores afirmaram ao jornal que, com a situação da divisão agrícola, o diálogo com a Odebrecht fica mais difícil.
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Source: Rural