Rafael Miotto vice-presidente da New Holland durante apresentação na feira da Agrishow, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Uma das maiores feiras do agronegocio brasileiro. Foto Joel Silva/ Globo Rural. (Foto: Joel Silva/Ed. Globo)
"A agricultura brasileira não está preparada para trabalhar sem subsídios.Seria um tiro no pé", afirmou o vice-presidente para a América Latina da New Holland, Rafael Mioto, durante entrevista nesta terça-feira (30/4) na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
O executivo da montadora de máquinas agrícolas se referia aos rumores de que o governo Bolsonaro vai reduzir os recursos para o crédito agrícola no próximo Plano Safra, que será anunciado em 12 de junho.
O diretor de Mercado Brasil da marca, Alexandre Blasi, acrescentou que os subsídios são fundamentais para o setor agrícola continuar a ser o propulsor do PIB brasileiro. Segundo ele, apenas 3% da porcentagem da renda dos agricultores brasileiros é proveniente de apoio direto do governo, ante os 5% de produtores russos, 15% dos chineses, 17% dos americanos e 34% dos europeus.
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Os executivos afirmaram ter dúvidas se será suficiente até junho o aporte de R$ 500 milhões anunciados na abertura da feira pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para o Moderfrota, linha de financiamento de compra de máquinas agrícolas. Segundo ele, muitos negócios ficaram parados durante os dias em que o setor ficou sem recursos.
Questionado se prefere um Plano Safra com mais recursos e juros maiores ou o contrário, Mioto afirmou preferir mais disponibilidade de dinheiro para financiamentos, desde que haja previsibilidade. "É preciso saber qual é a real taxa de juros ao longo dos sete anos de financiamento."
Mesmo com a insegurança em relação ao crédito agrícola, os executivos projetam um crescimento de vendas no ano de 5% a 10% porque, dizem, os fundamentos da economia estão sólidos, com inflação abaixo da meta, preços bons da commodities, previsão de aumento do PIB de 2% e taxa de juros Selic estável.
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Os desafios futuros para o setor, segundo Blasi, são obter maior produtividade por hectare, migrar da monocultura para a multicultura e negociar a expansão da área agrícola.
Na Agrishow, a multinacional que chegou ao Brasil em 1975 mostra novidades nas famílias de tratores, pulverizadores, plantadeiras, forrageira, ferramentas de agricultura de precisão e o ConectarAgro, solução aberta de conectividade para o campo em parceria com outras sete empresas.
Destaques
Entre as máquinas, um destaque é o trator T9, o maior já fabricado pela New Holland, ideal para áreas de cultivo em larga escala, com opções de esteira ou pneus. Outra máquina que atrai muitos olhares no estande é a colheitadeira CR 10.90, de mais de 700 cv, recordista em colheita de trigo com 800 toneladas em 8 horas.
O trator movido a biometano, maior novidade apresentada na feira do ano passado, continua em testes de validação e deve estar disponível para o mercado em 2021, segundo o diretor de marketing de produto para a América do Sul, Eduardo Luis.
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Source: Rural