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Cerca de 70% da alimentação do queixada é composta por qualquer tipo de fruta e hortaliça (Foto: Thinkstock)

 

Em um espaço com vegetação natural, o mamífero vive bem e exige poucos cuidados do produtor, que pode obter renda com a venda de subprodutos e matrizes da criação.

A mania de bater os dentes é a razão de ser chamado queixada (Tayassu pecari) o animal silvestre que tem muitas características adequadas para quem quer uma criação com o objetivo de melhorar os rendimentos da propriedade rural.

O manejo do mamífero tem aqui um comércio lucrativo com a venda de carne magra e de sabor suave para restaurantes refinados, de couro para a fabricação de vestuário e acessórios de luxo e de matrizes para a formação de outros plantéis. O preço de um reprodutor no mercado, que é comprado por produtores que estão iniciando ou ampliando a família de queixadas, é de cerca de R$ 900.

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Se o destino da atividade for o abate, o valor pago por exemplar cai para a metade, mas ainda é considerado vantajoso para cobrir os custos necessários para desenvolver cada indivíduo, o que não exige muito investimento.

Cerca de 70% da alimentação do queixada é composta por qualquer tipo de fruta e hortaliça, cana-de-açúcar, capim e até vísceras de animais e soro de leite. Os demais 30% correspondem à ração servida no cocho, que também pode ser produzida na propriedade com milho e farelos de trigo e soja. Com engorda rápida, entre 10 e 14 meses de idade o queixada atinge de 30 a 35 quilos, peso ideal para terminação.

Embora solto na natureza seja agressivo, vivendo em bandos com 100 a 200 exemplares para se defender de predadores, o queixada tem bom comportamento quando confinado em cercados. Não chega a ser um animal dócil, mas apresenta condições de ser manejado em piquetes com estrutura apropriada e ambiente aproximado ao hábitat natural, formado por um espaço com vegetação, sombra, água fresca e barreiro para se refrescar.

O queixada tem baixo índice de mortalidade e é difícil ficar doente (Foto: Thinkstock)

O tratador tem passe livre para fornecer as refeições, porém deve usar equipamentos de contenção, como gaiolas e puçá, no caso de realizar outros cuidados. De três a quatro vezes por ano, é necessário fazer um controle de marcação do plantel exigido por lei, para monitorar o nascimento de filhotes em cativeiro.

O queixada tem baixo índice de mortalidade e é difícil ficar doente. Por ser bastante resistente, não precisa de vacinação periódica. Só é necessário administrar, em intervalos de 90 dias, o mesmo vermífugo utilizado para suínos, misturando o medicamento à comida.

Típico das florestas tropicais úmidas da maioria dos países da América Central e do Sul, o queixada é considerado o maior porco-do-mato do continente americano por conta da semelhança física, já que não faz parte da família dos suínos e javalis. Com topete, pelos brancos em torno da boca e cinza-escuro pelo corpo, cabeça grande, pernas delgadas e focinho alongado, mede de 0,95 a 1,40 metro de comprimento, enquanto a altura oscila entre 40 e 53 centímetros.

 

INÍCIO A instalação de um criatório de queixadas requer autorização legal, assim como a captura do animal na natureza, uma prática que contribui para reduzir a população da espécie em regiões onde é considerada praga agrícola. O produtor ainda pode comprar as matrizes de outros criadores devidamente legalizados. Recomenda-se contratar um profissional especializado para ser responsável pelo projeto.

AMBIENTE Deve ser o mais próximo do hábitat, com 80% de vegetação natural, como capoeira, cerrado ou mato. O queixada é um animal resistente, com boa tolerância a variações climáticas. Pode ser criado em baias de alvenaria, como na suinocultura, aproveitando instalações existentes, porém é mais recomendado a adoção do sistema semi-intensivo em piquetes e com presença de mato e pasto.

ÁREA De 50 x 50 metros é suficiente para abrigar até 15 matrizes e dois machos, quantidade para uma atividade comercial com viabilidade econômica. Mas, se a ideia é iniciar em um espaço menor, oito fêmeas e um reprodutor vivem bem em 20 x 20 metros, além do piquete de recria. O mínimo, no entanto, ainda podem ser duas áreas com 15 x 15 metros cada, sendo uma para reprodução, com cinco matrizes e um macho, e a outra para recria e engorda dos desmamados.

PIQUETE Ideal para a criação deve contar com cerca de tela de alambrado de malha de 5 centímetros de arame galvanizado, de fio 12 ou 14 e com 1,5 metro de altura, fixada em postes de concreto ou madeira, com 1,6 metro de altura e distantes 2 metros um do outro. Ajuda a conter o animal a construção de uma base de alvenaria para fixar uma tela. Em cada piquete, reserve 10 x 5 metros de área para um pequeno curral (brete de manejo) com cochos para alimentação, água e sal.

LAMEIRO Contribui para o bem-estar do queixada. Em uma vala de 3 x 4 metros, que pode receber água residual do próprio bebedouro da criação, o animal pode se banhar, aliviando o ataque de ectoparasitas, o calor e até estresse.

ALIMENTAÇÃO Pode ser obtida de plantações na propriedade, como milho, soja, sorgo, cana-de-açúcar, hortaliças e frutas. O queixada gosta de mandioca, abóbora e come sobras de hortas. Forneça também capim e sal mineral. A refeição diária ainda deve conter de 200 a 300 gramas por animal de ração, composta por milho desintegrado com palha e sabugo (70%), farelo de trigo (20%) e farelo de soja (10%). Disponibilize água limpa e fresca em bebedouros de alvenaria.

REPRODUÇÃO No criadouro inicia-se, em média, a partir de 9 meses de idade. São 150 dias de gestação para a fêmea gerar duas crias por parto, em média, o que ocorre duas vezes por ano. Aos 3 meses de vida, os filhotes são desmamados das mães, passando para o piquete de recria e engorda, onde ficam até a comercialização. 

 

 

 
Source: Rural

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