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É no último trimestre do ano em que há o pico da demanda por diesel no Brasil (Foto: Thinkstock)

 

_A consultoria INTL FCStone vê risco de desabastecimento de diesel no Brasil no último trimestre deste ano. Segundo a empresa, as novas regras de precificação do combustível, em vigor após a greve dos caminhoneiros, estão prejudicando a importação do produto. O Brasil é altamente dependente do mercado externo para suprir a demanda interna.

Os valores adotados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para os custos com transporte e tancagem, estão muito abaixo do praticado pelo mercado. Além disso, até o momento não foi paga a grande maioria dos valores devidos aos fornecedores pela ANP, diz a consultoria. Isso tem causado falta de liquidez a muitas empresas, o que as impede de realizar novas operações, devido às incertezas sobre o pagamento da subvenção do governo brasileiro. “A importação privada está paralisada e a Petrobras é praticamente o único agente a trazer produto para o Brasil, salvo raras exceções”, explica o Head de Petróleo, Gás e Derivados da INTL FCStone, Thadeu Silva.

É no último trimestre do ano em que há o pico da demanda por diesel no Brasil, impulsionada pelo consumo no setor agrícola, que vem aumentando o uso do óleo nas operações de campo. A FCStone acredita que o consumo anual de diesel cresça 0,32% em relação ao volume total demandado em 2017 e alcance 50,13 milhões de m³ (137,35 mil m³ por dia) ao final desse ano.

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“Caso não haja mudança na política de precificação de diesel por parte da ANP e o início do pagamento da subvenção teremos desabastecimento de diesel nos últimos meses do ano ou a Petrobrás terá que arcar sozinha com o prejuízo de suprir a totalidade do mercado brasileiro com arbitragem negativa”, avalia Silva, da INTL FCStone.

Analisando as condições domésticas de oferta do óleo diesel, que se agravaram após a explosão na Refinaria de Paulínia-SP (Replan) durante agosto e reduziu sua capacidade em cerca de 50%, o grupo projeta que o Brasil precisará importar cerca de 5,5 milhões de m³ (130 navios com capacidade de 42 mil m³) durante os próximos 4 meses para equilibrar o balanço de oferta e demanda doméstico em 2018.

A necessidade de importar 1,37 milhão m³ pelos próximos 4 meses representaria um aumento de 22,6% em relação a média das importações de diesel nos 5 primeiros meses do ano, em contexto desfavorável, após a greve dos caminhoneiros e a mudança da política de precificação do diesel no Brasil terem diminuído significativamente as importações do combustível.

“Comparando com o volume importado no mesmo período de 2017, as aquisições de diesel no mercado internacional precisarão expandir 12,2%, realçando que no passado, 24,2% do diesel ofertado no mercado doméstico teve origem fora do Brasil, o maior share já registrado para o produto”, resume o Head de Petróleo, Gás e Derivados, Thadeu Silva.

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Source: Rural

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