Sistema de análise de solo da IBM usa cartão de papel e aplicativo (Foto: Adriene Sabilia/IBM)
A multinacional de tecnologia IBM anunciou, nesta quarta-feira (5/9), o lançamento de uma tecnologia móvel de análise de solo e da qualidade da água na lavoura. Chamada de AgroPad e baseada em inteligência artificial, a ferramenta promete uma avaliação em tempo real do teor de componentes como PH, magnésio e nitrogênio.
O sistema funciona por meio de um cartão de papel associado a um aplicativo para dispositivos móveis, como celulares e tablets. A amostra é colocada em um lado do cartão, que contém um chip para fazer a avaliação. Os dados são armazenados sob um figura com círculos, que representam cada componente analisado.
Para “traduzir” em números, o usuário tira uma foto pelo aplicativo próprio da ferramenta, que faz a leitura da imagem por meio de um algorítmo. Segundo a IBM, os resultados saem em segundos, assim como a data da avaliação e a localização da propriedade. E os dados podem ser armazenados, dando ao produtor um histórico de avaliação do solo e da água na fazenda.
A intenção da IBM com o novo produto é chegar, principalmente, aos pequenos produtores que, segundo Mello, têm mais dificuldades de acesso aos serviços e laboratórios de análise de solo em comparação com os grandes. Na visão da empresa, é nos agricultores de menor porte que está o maior oportunidade de crescimento da produção de alimentos no Brasil.
“Análise de solo dá trabalho. Tem, muitas vezes, que contratar uma equipe para coletar o solo, mandar para o laboratório. Então, nós vimos uma oportunidade de desenvolver algo acessível, em que a análise seja rápida e que tenha uma penetração grande em pequenos e médios produtores”, diz ele.
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Mello não detalha de onde viria a receita com o sistema. Afirma que o modelo de negócios ainda está sendo testado. O objetivo da empresa é tornar a nova ferramenta uma plataforma global, adaptando os seus parâmetros à realidade de cada região. O continente africano é visto como um lugar onde é possível ganhar mercado, de acordo com o executivo.
“Não tenho números, mas a nossa ambição é ter um número grande. É com número grande que se consegue escalar a informação. Seria um sucesso se pudéssemos ter milhares de usuários”, diz ele.
O diretor de pesquisa da IBM no Brasil pontua que a análise de solo feita por um dispositivo móvel é um sistema complementar ao tradicional, com coleta de amostras de solo e avaliação laboratorial. Pontua, no entanto, que a tecnologia portátil, embora simplificada, também pode ter seu efeito sobre a produtividade da lavoura do usuário. Diante disso, há planos de expandir a abrangência do programa para mais componentes do solo.
“Agora temos uma meia dúzia. O plano é incluir cada vez mais de acordo com o que a gente vai evoluindo a tecnologia. Temos conversado com companhias que já fazem análise de solo também. E o uso independe da cultura na lavoura”, explica Mello.
Source: Rural