Aspargo ornamental (Foto: Thinkstock)
Nada na planta de aspargo para ornamentação, além do nome popular, lembra a hortaliça utilizada como ingrediente de diversas receitas culinárias. Diferentemente daqueles destinados ao consumo como alimento, os aspargos ornamentais (Asparagus spp) são espécies florais usadas para integrar o paisagismo de áreas em residências e outros estabelecimentos ou ainda compor arranjos de folhas e flores. Para o produtor, é mais uma opção de cultura que pode contribuir no aumento da renda mensal.
Dos diversos tipos de aspargos ornamentais existentes, o Asparagus virgatus, que pelos brasileiros é mais conhecido como aspargo-vassoura, tem demanda certa tanto no mercado nacional quanto no exterior. Com aspecto de pluma, suas folhagens têm beleza apreciada para decorar ambientes, jardins, parques e praças.
Apesar de ter porte pequeno, pode ser conduzido para formar um arbusto volumoso quando cultivado em vasos ou canteiros. Embora tenham aparência delicada, os aspargos ornamentais são bastante resistentes a variações de clima, solo, insolação e falta de água, podendo ser plantados em áreas ao ar livre. Por isso, vêm sendo amplamente adotados na composição de jardins verticais.
Devido à rusticidade da planta, podas de limpeza são indicadas, removendo ramos secos, malformados ou doentes, além de manter o cultivo livre de ervas daninhas, limitando seu crescimento.
O manejo dos aspargos ornamentais, no entanto, não exige muitos cuidados. Em geral, necessita da aplicação sistemática de fertilizantes e monitoramento da incidência de pragas e doenças. Entre os principais insetos nocivos à cultura estão cochonilhas, ácaros, nematoides, formigas, pulgões, lesmas e caracóis. As enfermidades mais comuns à planta incluem as fúngicas e bacterianas.
Pertencente à família das liliáceas, a maioria das diversas espécies que fazem parte do gênero Asparagus é oriunda de regiões de clima quente da África e da Ásia. Contudo, há muitos anos o aspargo ornamental é cultivado em países do continente americano e europeu, onde predominam temperaturas amenas.
Aqui, o plantio do aspargo ornamental tem boa adaptação em todas as regiões do país. Perene, a cultura tem alta produtividade, cresce com velocidade e apresenta vigor o ano inteiro, permitindo ao produtor realizar vendas de janeiro a dezembro. Após o corte, a folha do aspargo tem vida útil de seis a 14 dias.
Onde comprar – produtores especializados, viveiristas e laboratórios de micropropagação
Mais informações – com profissionais das empresas de assistência técnica dos Estados
CONSULTOR: Fábio Alessandro Padilha Viana, doutor em agronomia, especializado em paisagismo e floricultura, sócio da Plantas & Planos Assessoria e Consultoria em Agricultura, Meio Ambiente e Sustentabilidade, tel. (61) 98601-8619, fabioapviana25@gmail.com
Embora tenham aparência delicada, são bastante resistentes a variações de clima, solos, insolação e falta de água, podendo ser plantados em áreas ao ar livre
Mãos à obra
>>> INÍCIO Para uso como folhagem de corte ou plantas verdes em vaso, as principais espécies ou cultivares de aspargo ornamental com importância comercial no país são Asparagus asparagoides, A. cetaceus “Plumosa”, A. densiflorus “Sprengeri”, A. densiflorus “Myersii”, A. myriocladus, A. cetaceus e A. falcatus.
>>> AMBIENTE Para cultivos comerciais, indica-se à meia sombra, seja artificial, variando de 50% a 70%, ou natural, com o plantio associado a árvores, arbustos ou outras plantas. A temperatura ideal de cultivo é de 25 ºC, podendo oscilar entre 22 ºC e 30 ºC. Abaixo de 13 ºC, pode ser prejudicial ao aspargo ornamental. A umidade relativa ideal deve ser de 60% a 80%.
>>> PROPAGAÇÃO Pode ser por meio do plantio de sementes recém-colhidas, por divisão de touceiras, por rizomas ou por micropropagação. A escolha por um dos métodos depende do nível tecnológico utilizado pelo produtor.
>>> PLANTIO Em solos arenosos, ricos em matéria orgânica, bem irrigados e com boa drenagem, é o mais indicado, além de contar com pH entre 5,6 e 6,2. Por crescer muito rápido, recomenda-se tutorar a cultura para dar suporte às brotações, facilitando também a colheita e outros tratos do plantio. Uma dica é usar tela de tutoramento, comum em outras culturas de flores de corte, como a adotada para o cultivo de crisântemos.
>>> ESPAÇAMENTO Varia muito, dependendo da espécie a ser produzida. Em geral, pode ser feito o plantio de nove plantas por metro quadrado em canteiros elevados de 30 metros de comprimento e 1 metro de largura.
>>> ADUBAÇÃO É feita a partir de uma análise de solo, que também determinará a quantidade e frequência. Deve sempre priorizar um incremento de nitrogênio, pois o objetivo é obter formação e crescimento foliar, uma vez que as folhas são a parte da planta destinada para comercialização. Os demais nutrientes necessários precisam ser considerados para que não haja deficiência nutricional e, consequentemente, enfraquecimento da planta. Assim, forneça ainda fósforo, potássio, cálcio e magnésio ao adubo. Recomenda-se a adição de matéria orgânica no preparo do canteiro.
>>> IRRIGAÇÃO É necessária para manter o solo úmido, mas não pode ser em excesso. O sistema de regas mais indicado é o de aspersão convencional, que impede problemas com altas temperaturas e mantém as folhagens limpas e frescas.
>>> PRODUÇÃO Varia de acordo com cada espécie ou cultivar. No caso do Asparagus virgatus, inicia-se, em média, de seis a dez meses após o transplante para o campo. É possível ter uma produtividade contínua de 1,5 talo por planta ao mês, em média, correspondendo a cerca de 18 folhas por planta por ano. Com densidade de 50 mil plantas por hectare, são produzidos 900 mil talos por hectare por ano. Entre quatro e seis anos, faça a renovação do plantio, embora o cultivo possa se estender por até dez anos. A colheita das folhagens deve ser feita pelo menos duas vezes por semana.
Source: Rural