Destilaria na Unidade Cruz Alta, em Olímpia (SP) (Foto: Divulgação)
A Tereos Açúcar e Energia Brasil S.A. investirá R$ 776 milhões na operação da companhia no país. Os recursos serão captados por meio de um empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e destinados à renovação da frota agrícola, à ampliação da cogeração de energia elétrica, além do aumento capacidade das usinas para produzir ou mais etanol ou mais açúcar nas sete usinas que possui no Brasil. A sucroenergética, dona da marca de açúcar Guarani, também expandirá a capacidade de refino da unidade Cruz Alta, em Olímpia (SP), obra que deve ser concluída ao fim da safra 2019/2020, disse Jacyr Costa Filho, diretor da Região Brasil do Grupo Tereos.
Outra medida operacional é a construção de um centro de serviços compartilhados em São Jose do Rio Preto (SP), que centralizará a gestão administrativa da empresa de origem francesa no País, incluindo, as operações de açúcar e energia, amidos e a Tereos Commodities.
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Em 2017/2018, a Tereos Açúcar e Energia Brasil S.A. relatou lucro líquido consolidado de R$ 33 milhões em 2017/2018, ano-safra encerrado em 30 de março, queda de 54% ante lucro de R$ 72 milhões em 2016/2017, segundo balanço da companhia. O resultado inclui as sete usinas de açúcar, etanol e bioenergia do Brasil e uma unidade em Moçambique.
A companhia obteve receita consolidada de R$ 3,656 bilhões em 2017/2018, 3,7% maior em relação ao ano anterior, de R$ 3,525 bilhões no período anterior. "Mesmo com queda de 27% no preço do açúcar, conseguimos um resultado positivo pela melhora na eficiência operacional. Saímos de uma eficiência de 88,9% para 90,5% nas usinas e conseguimos isso com a mesma cana", disse Costa Filho. "Além disso, fizemos um bom hedge de preços, o que possibilitou fazer esse resultado mesmo com o recuo no açúcar".
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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado na safra 2017/2018 foi de R$ 952 milhões, leve baixa de 0,83% ante o Ebitda de R$ 960 milhões na safra 2016/2017. Os investimentos 2017/2018 somaram R$ 778 milhões, aumento de R$ 94 milhões, ou 13,7%, sobre os R$ 684 milhões da safra anterior. Com uma dívida líquida total consolidada de R$ 2,3 bilhões, queda ante os R$ 2,6 bilhões no período anterior, a relação dívida líquida versus Ebitda recuou de 2,7 vezes para 2,4 vezes.
"De 2010 a 2014 fizemos investimentos importantes na companhia, elevando a capacidade de cogeração de energia de 300 mil MW/hora para 1,2 milhão de MW/hora ao ano e a colheita mecânica da cana e 35% para 100%, além de uma renovação grande de canaviais. Ao mesmo tempo, reduzimos a relação dívida líquida versus Ebitda de 6,8 vezes para 2,4 vezes, o que mostra que os investimentos se foram adequados e os frutos aparecem agora", afirmou Costa Filho.
A Tereos Açúcar e Energia Brasil processou 20,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2017/2018, 20,2 milhões de toneladas no Brasil e 400 mil toneladas na unidade que possui em Moçambique. Em 2016/2017 a moagem foi de 20,1 milhões de toneladas. A produção de açúcar variou de 1,6 milhão para 1,8 milhão de toneladas, e a de etanol cresceu de 636 milhões para 646 milhões de litros entre os períodos.
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Para o diretor da Região Brasil do Grupo Tereos, na atual safra 2018/2019, "está dado que haverá quebra de produção" e no processamento de cana, causados pela seca que atinge o Centro-Sul, principalmente o Estado de São Paulo, onde se localizam as usinas da companhia. "Ainda não sabemos avaliar o montante da quebra, mas a seca faz com que a performance operacional das usinas esteja muito melhor, com um nível de aproveitamento em torno de 6% superior ao do ano passado", disse. "Esse fato deve atenuar, mas não vai zerar os efeitos da seca.
"Assim como outras empresas, a Tereos Açúcar e Energia Brasil S.A. ampliou o destino da cana para a produção do etanol entre a safra passada e a atual de 38% pra até 46% e reduzirá de 62% para até 54% o destino da matéria-prima para a produção de açúcar. "Temos uma parte fixada significativa do açúcar (no mercado futuro), o que vai minimizar o efeito da queda (dos preços da commodity). E estou otimista para o futuro, pois o petróleo está em alta, o dólar se valorizou e a manutenção da política de reajustes Petrobras deve favorecer o etanol", concluiu Costa Filho.
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Source: Rural