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O plano é ter a tecnologia atuando em uma área entre 3 milhões e 5 milhões de hectares dentro dos próximos três anos em variadas culturas (Foto: Globo Rural)

 

Startup sediada na Suíça, a Gamaya planeja uma expansão dos seus negócios no Brasil, onde já opera fornecendo serviços para empresas dos setores de tabaco e cana-de-açúcar. A intenção é implantar as suas soluções tecnológicas também para culturas como soja e milho, segmentos nos quais vem prospectando mercado especialmente na região sul do país.

“As culturas de soja e milho sempre estiveram no nosso radar, mas nossa estratégia é fazer as coisas passo a passo, sem exagerar nas promessas nem tentar fazer tudo ao mesmo tempo”, diz o executivo chefe de marketing da empresa, Thomas Peyrachon, que participa da Digital Agro, feira de tecnologia agrícola realizada pela Frísia Cooperativa Agroindustrial, em Carambeí (PR).

Falando no Brasil como um mercado considerado chave para os negócios, os executivos da empresa afirmam que o plano é ter a tecnologia atuando em uma área entre 3 milhões e 5 milhões de hectares dentro dos próximos três anos em variadas culturas e diferentes regiões produtoras.

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“O Brasil é, obviamente, um grande mercado. Mas o que mais gosto aqui é que há um potencial para inovar e está no momento certo para moldar o futuro da agricultura. Nós queremos liderar isso”, diz Peyrachon, acrescentando que ja tinha atuado anteriormente no mercado brasileiro, quando trabalhou em uma multinacional da área agrícola.

A Gamaya está no mercado há pelo menos três anos. A empresa foi criada para dar viabilidade comercial a uma tecnologia desenvolvida em um universidade da Rússia. Em seu site oficial, informa ter o objetivo de atender à “necessidade de maior eficiência e sustentabilidade na grande agricultura industrial”.

A promessa é a de disponibilizar um sistema de inteligência capaz de ajudar o agricultor a utilizar melhor os recursos naturais e insumos em todo o sistema produtivo, considerando também o uso da terra para múltiplas culturas e a rotação entre elas. Na visão da companhia, assim é possível aumentar a quantidade e qualidade da produção.

O serviço é baseado em câmeras e sensores acoplados a drones, além de imagens de satélite e big data, os grandes volumes de dados. As informações da fazenda são processadas e, com o uso de modelos matemáticos, convertidas em soluções automatizadas.

Em uma lavoura de cana-de-açúcar, por exemplo, é possível fazer contagem de plantas, localização de falhas de plantio e identificação de plantas daninhas. No caso de uma falha de plantio, a ideia é de que o sistema informe ao produtor sobre a necessidade de um replantio total ou parcial. Se uma daninha é identificada, o sistema indica que tipo de princípio ativo seria o recomendado no controle.

A prospecção de mercado de soja e milho para a Gamaya no Brasil está sendo feita pela consultoria ZMP, que representa comercialmente a empresa suíça no mercado nacional. A intenção é conversar com representantes das diversas fases da cadeia produtiva, como cooperativas, por exemplo.

“Queremos encontrar os melhores parceiros. Parceiros fortes para uma relação de longo prazo. Isso implica formar e fortalecer relações. Por isso, temos sido seletivos em nossa abordagem”, garante Peyrachon, pontuando que capacidade técnica e de acesso a mercados estão entre os principais critérios a serem considerados nas negociações.

A região Sul é a etapa inicial desse processo de entrada no mercado brasileiro de soja e milho. Os executivos da empresa suíça já estão de olho também no Cerrado e no Norte do país.

“As estruturas são diferentes. Por isso, não podemos ter abordagens simultâneas para o Sul e os Cerrados. Mas, na nossa estratégia, quando desenvolvemos uma solução, já temos em mente o ganho de escala e a capacidade de replicar em diversos lugares”, explica Igor Ivanov, executivo chefe comercial da Gamaya.

*O repórter viajou a convite da Frísia Cooperativa Agroindustrial
Source: Rural

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