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Os preços pagos aos produtores brasileiros de leite, que subiram em 14,5% desde janeiro deste ano, devem continuar em alta, segundo pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-Esalq/USP). Esse movimento reflete a redução no volume de produção no Brasil que já vem sendo registrada ao longo do último ano.

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O preço do leite captado em abril/22 e pago aos produtores em maio/22 subiu 4,4% frente ao mês anterior, chegando a R$ 2,5444/litro na “Média Brasil” líquida do Cepea (Foto: Getty Images)

 

A produção está diminuindo justamente porque os preços não estão acompanhando a alta dos custos. Com a queda na safra, a perspectiva é de que os preços pagos aos produtores continuem subindo nos próximos meses.

Isso também acontece agora, por ser período de entressafra do leite – que normalmente ocorre entre o outono e o inverno -, quando o tempo fica muito seco e há prejuízos na qualidade das pastagens usadas para alimentação dos animais. Com isso, os produtores precisam gastar mais com suplementação na dieta das vacas.

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Mas, com a explosão nos custos de grãos e da silagem, alimentar os animais sem ter prejuízos neste momento acaba se tornando um desafio a mais para os criadores brasileiros. Esse quadro preocupa, sobretudo, quando se olha a longo prazo.

A pesquisadora Natália Salaro Grigol, do Cepea, lembra que, neste ano, está mais complicado lidar com a entressafra e os custos altos, porque isso acaba pressionando as margens dos pecuaristas, inviabilizando o investimentos de longo prazo e, portanto, afetando diretamente o potencial de recuperação da oferta de leite, mesmo com os melhores valores pagos agora aos produtores rurais.

Esse quadro tende a continuar apertado para toda a atividade. É importante acompanhar os desdobramentos disso, pois pode refletir no produto final, que chega ao consumidor.

Ouça o CBN Agro, de segunda a sexta-feira, às 5h45, no CBN Primeiras Notícias, e às terças-feiras, às 13h25, no CBN Brasil.

Source: Rural

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