Com a colheita de 126,85 sacas por hectare, o produtor Mateus Leonel Nunes, de Pilar do Sul (SP), foi o campeão do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja do Brasil da safra 2020/21, que teve 5.400 inscritos. O evento é promovido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb). Os resultados foram divulgados nesta quinta (23/6) em evento híbrido.
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Soja. Produtividade no concurso do Cesb ficou bem acima da média nacional (Foto: REUTERS/Jorge Adorno)
A produtividade obtida por Nunes, da terceira geração de uma familia de agricultores, ainda fica longe do recorde do desafio, de 149 sacas por hectare, estabelecido na safra 2016/2017 pelo produtor de Guarapuava (PR) Marcos Seitz, com 149 sacas por hectare. No primeiro desafio, em 2008/2009, o vencedor conseguiu 82,8 sacas por hectare.
Na categoria soja irrigada, o campeão deste ano foi o descendente de portugueses Eduardo de Sousa Costa, com 117,41 sacas por hectare colhidas na Estância Capororoca, em Arroio Grande (RS). Na região sul, venceu o descendente de alemães e portugueses Eder Leomar dos Santos, com 114,80 sacas na Granja VPS em Camaquã (RS). No Centro-Oeste, o campeão foi Rodolfo Paulo Schalatter, descendente de suíços, que colheu 117,4 sacas na Fazenda RS, em Chapadão do Céu (GO).
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No Nordeste, ganhou o Grupo Gorgen, de origem alemã, da Fazenda Barcelona, de Riachão das Neves (BA), com 114,32 sacas por hectare. A fazenda foi ainda o destaque em lucratividade com R$ 3,9 de retorno por R$ 1 investido. Na nova categoria do desafio, a região Norte, venceu o Grupo Bertão e Azevedo, formado por descendentes de italianos, com uma produtividade de 90,34 sacas por hectare, no Sítio Bom Futuro, em Castanheiros (RO).
Mudança na atividade
A área auditada pelo Cesb na fazenda do campeão nacional, Mateus Leonel Nunes, foi de 2,58 hectares. Na média dos 195 hectares de soja cultivados na fazenda São João, a produtividade ficou em 87 sacas por hectare, bem acima da média nacional, estimada pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), em 50 sacas.
O engenheiro agrônomo e diretor financeiro do Cesb, Breno Araújo, destacou que Nunes venceu o desafio em seu primeiro ano de plantio de soja, já que até 2020, a área abrigou plantação de citros por 17 anos. Com o greening e a baixa produtividade na citricultura, a família decidiu mudar, preparou a terra com calcário e passou para os grãos, plantando no primeiro ano feijão, milho e aveia e depois milho e trigo. No ano passado, foram milho e soja.
“É um solo com muita matéria orgânica oriunda dos citros, bem aerado e com um excelente índice de retenção de água. A eficiência climática, com chuvas escassas no período vegetativo, foi de apenas 63%, mas a eficiência agrícola na fazenda atingiu 93%”, destacou Araújo, acrescentando que a cada real investido, o produtor obteve R$ 2,9 de retorno.
Segundo o consultor Rafael Oliveira, que auxiliou Nunes na lavoura, o que fez a diferença para a obtenção da alta produtividade foi o material genético utilizado, a fertilidade do solo, o manejo e o capricho nas operações.
Nilson Caldas, diretor de marketing do Cesb, disse que o total da área dos 5.400 inscritos neste desafio representa 12% da área de soja plantada no país. Ele destacou que a produtividade média dos participantes vem crescendo, mas teve um leve recuo nesta safra devido à seca que atingiu a região sul. Fechou em 82 sacas por hectare, ante as 85 sacas da safra anterior, que foi o recorde do desafio. O período de inscrições para o próximo concurso abre em agosto e se encerra em abril de 2023.
Conheça a produtividade dos campeões do Cesb
Safra
Produtividade (em sc/ha)
2008/2009
82,80
2009/2010
108,40
2010/2011
100,60
2011/2012
108,70
2012/2013
110,50
2013/2014
117,30
2014/2015
141,80
2015/2016
120,07
2016/2017
149,10
2017/2018
127,01
2018/2019
123,88
2019/2020
118,82
2020/2021
129,16
2012/2022
126,85
Source: Rural