Vinte e nove produtores de azeite do Rio Grande do Sul recebem nesta quinta (23/6) um selo que atesta a qualidade de seus produtos. O Selo Produto Premium Origem e Qualidade RS foi criado pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT) do Estado em parceria com o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva). Cerca de 300 mil garrafas produzidas neste ano devem receber a distinção.
Azeite de oliva (Foto: Reprodução/Pixabay)
“Buscamos identificar azeitonas produzidas e colhidas no Rio Grande do Sul, processadas em lagares licenciados no Estado, com o objetivo de combater marcas colhidas e processadas indevidamente. Além disso, estabelecemos critérios mais rígidos de definição para o azeite de oliva extravirgem do que os propostos pelas normas vigentes”, explica em nota Sílvia Regina Schumacher, coordenadora do Setor Oliva do Programa Produtos Premium da SICT.
Para o presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, este é um passo muito importante na consolidação do azeite produzido no Estado, garantindo a segurança dos consumidores. “Vamos trabalhar para criar selos semelhantes também em outros Estados, reconhecendo os olivicultores brasileiros que se preocupam com a consolidação na qualidade do azeite extravirgem brasileiro.”
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O cultivo das oliveiras no país, especialmente no Rio Grande do Sul e na região da Serra da Mantiqueira (MG), cresce de 10% a 15% por ano, segundo Fernandes, que também é produtor. A área plantada no Brasil fica próxima de 10 mil hectares, sendo quase 7.000 hectares no RS e o restante na região da Serra da Mantiqueira, mas deve dobrar até 2025, nas projeções do instituto.
Na safra colhida neste ano, apesar da escassez hídrica que atingiu o RS, a produção alcançou o recorde de 448.580 litros, segundo o Pró-Oliva, programa ligado à Secretaria de Agricultura do Estado, um aumento de 122% em relação aos 202 mil litros de 2021. O coordenador do Programa Pró-Oliva, Paulo Lipp, diz que o Estado tem 321 produtores distribuídos por 108 municípios, 17 lagares (indústrias) e 70 marcas de azeite.
Critérios de seleção
Para estabelecer os critérios do regulamento, atestar a origem e avaliar a qualidade do azeite produzido, um grupo de trabalho e um comitê avaliador foram formados com profissionais indicados pelo Ibraoliva e pela secretaria. Estão no comitê membros da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, do Laboratório Federal do Desenvolvimento Agrário e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul, entre outros.
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Os produtores que se candidataram a receber o selo enviaram ao comitê documentos e amostras da sua produção. Cada amostra passou por uma análise laboratorial, que requisitou acidez livre menor ou igual a 0,3%, entre outros parâmetros de seleção. Além disso, os azeites passaram por prova sensorial realizada por azeitólogos de diferentes partes do país, em uma mesa coordenada pelos especialistas Marcelo Scofano, do Rio de Janeiro, e Sandro Marques, de São Paulo, que adotou padrões de qualidade estabelecidos pelo Conselho Oleícola Internacional, da Espanha.
Das 81 amostras recebidas, mais de 90% alcançaram os critérios de alta qualidade do regulamento, mas todas estavam dentro dos padrões exigidos para o produto extravirgem. “De todos os processos nas várias partes do mundo que tenho participado, o percentual de aprovados fica em torno de 70%. Este resultado comprova a excelência do azeite produzido no Rio Grande do Sul”, destaca Scofano.
As análises laboratoriais e as autorizações para o uso do Selo Produto Premium Origem e Qualidade RS deverão ser renovadas a cada safra.
Source: Rural