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O aumento no preço do diesel e da gasolina para distribuidoras, anunciado pela Petrobrs na semana passada, desagradou os operadores logísticos do Brasil que, em nota, questionaram, nesta segunda-feira (20/6) os lucros da estatal em meio a um cenário econômico adverso para o setor, com aperto de margens. Segundo a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol), o reajuste tem “efeito cascata de repasses de custos até o consumidor final, que agravará, inevitavelmente, o atual quadro inflacionário do país”.

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(Foto: Diogo Diógenes/Ed.Globo)

 

A Petrobras anunciou na última sexta-feira (17/6) aumentos de 5,18% na gasolina e de 14,26% no diesel, que passaram a vigorar no último sábado (18/6). “Reajustes como esse têm se tornado uma constante nos últimos pelo menos dois anos, desfavorecendo um ambiente de negócios saudável e competitivo no País”, afirma a Associação.

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Ainda de acordo com a entidade, “os aumentos no preço do diesel têm sido muito superiores aos demais custos das empresas de logística e desequilibram diretamente sua saúde financeira. Diante desse cenário, o setor corre risco de ser sucateado por não vislumbrar presente e futuro promissores para novos investimentos”.

“Enquanto a Petrobras bate lucros recordes, os operadores logísticos veem a sua margem encolher. A rentabilidade da companhia é exorbitante quando comparada a de empresas similares de outros países, que optam por menos lucro em prol do desenvolvimento econômico e social de sua nação. O mesmo não notamos aqui. A Petrobras registrou um lucro líquido de R$44,5 bilhões no 1º trimestre de 2022 – montante 3.718% maior que o registrado no mesmo período de 20211”, questiona a ABOL ao apontar dificuldades no repasse desses custos.

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“Diferentemente da Petrobras, que é detentora de um monopólio, as empresas de logística não conseguem repassar os aumentos de preço imediatamente, o que pode levar um ou dois meses para acontecer, e a negociação muitas vezes não ocorre na totalidade do aumento”, aponta a ABOL ao defender que “os esforços políticos devem estar concentrados, neste momento, em encontrar um equilíbrio no mercado”.

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“Do contrário, a cada novo reajuste, não restará outra alternativa às empresas que transportam cargas a não ser a de repassar o ônus adiante nos seus contratos de frete, o que impactará nos preços das mercadorias comercializadas para a população, agravando o quadro inflacionário que hoje vivemos. Já tivemos um apagão logístico no passado e é provável que tenhamos um muito mais grave no futuro breve, em função da má administração da política de combustíveis – e os impactos atingirão não apenas o setor de logística, mas também a própria Petrobras”, completa a nota divulgada pela ABOL.
Source: Rural

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