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Como é feita a mensuração do estoque de carbono no solo? Quantificar o sequestro e a armazenagem do carbono sob diferentes camadas de solo ainda é um desafio técnico, do ponto de vista do consenso na comunidade científica internacional. Isso aterrissa um pouco os altos planos para o mercado de carbono, que precisa de regularização e metodologia para decolar.

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Método usado como referência global para calcular estoque de carbono tem alto custo (Foto: Getty Images)

 

O método usado como referência global trata-se de uma queima de amostra do solo, mas a um alto custo. É o que comenta Debora Milori, pesquisadora da Embrapa Instrumentação e coordenadora do Laboratório Nacional de Agro-Fotônica, ao contar que a técnica para medir o carbono chega a custar, em média, R$ 60 por amostra.

“Para crédito de carbono, o custo da análise tem de ser economicamente viável para que o produtor receba alguma coisa. Então, essa técnica, embora precisa, não serve para o mercado de carbono”, diz.

No Brasil, pesquisadores têm utilizado técnicas de espectroscopia para medir o carbono no solo. A mesma usada pela Nasa para estudar os solos de Marte.

No laboratório, o processo chamado de aplicação da espectroscopia de emissão óptica com plasma induzido por laser (LIBS) é muito rápido, realizado em nanossegundos. Trata-se de um laser de alta energia focalizado na amostra de solo em que cada elemento da tabela periódica assume uma iluminação e pode ser quantificado.

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Há ainda uma segunda técnica: a espectroscopia próxima ao infravermelho (NIRS). A luz infravermelha faz com que que cada modo de vibração tenha uma energia e o padrão seja usado para quantificação do carbono ou outros elementos. A partir dos resultados, também é possível criar mapas de fertilidade do solo.

A pesquisadora pondera que o grande desafio é coordenar os eventos temporais, isto é, separar essas etapas a ponto de conseguir calcular individualmente o carbono. Isso porque a finalidade específica de usar o LIBS para avaliar os solos partiu do Brasil – e por isso o país pode dar uma contribuição significativa ao mundo, ao avançar com essa técnica no campo, considerando também nossa expertise em solos tropicais.

No momento, conta Debora, a Embrapa está dedicada a usar LIBS e NIRS para elaborar protocolos de fixação de carbono no solo e então submetê-los à aprovação da comunidade científica. “A Embrapa está desenvolvendo com a Bayer os protocolos e aí vai submeter esses protocolos às certificadoras, para então entrar no mercado internacional”, afirma.

“Você põe o laser (sobre a porção de solo analisada) com alta energia, faz uma quebra das moléculas, aí sobe uma espécie de nuvem de átons, íons e elétrons em alta temperatura, colidindo entre eles, e eles começam a emitir luz. Depois esfria um pouco e começam a aparecer as emissões individuais de cada elemento químico”, descreve Debora.

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Source: Rural

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