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A produção de açúcar do centro-sul do Brasil recuou 12,7% na segunda quinzena de maio ante igual período do ano passado, para 2,311 milhões de toneladas, em meio à maior destinação de matéria-prima para a fabricação de etanol, informou nesta sexta-feira a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica). No acumulado da safra 2022/23, a retração na produção do adoçante chega a quase 30%, totalizando 5,05 milhões de toneladas.

"A decisão das unidades produtoras permanece em priorizar a produção de etanol. Até o momento, 855 mil toneladas de açúcar deixaram de ser fabricadas devido à mudança no mix de produção, resultando em um maior direcionamento da matéria-prima para a produção de biocombustível", disse em nota o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

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Produção de açúcar é 30% menor na safra 2022/2023 (Foto: Editora Globo)

 

Na segunda quinzena de maio, o volume de cana destinado para a fabricação de etanol avançou para 56,84%, versus 53,78% no mesmo período do ciclo anterior. Com isso, a produção do biocombustível do centro-sul cresceu 0,51% na quinzena, para 2,03 bilhões de litros, puxada pela fabricação do hidratado.

Do volume total produzido na segunda metade de maio, o etanol hidratado que compete com a gasolina nas bombas alcançou 1,25 bilhão de litros (+2,77%), enquanto o anidro atingiu 778,30 milhões de litros (-2,92%).

No acumulado da safra, no entanto, a fabricação de álcool atingiu 5,17 bilhões de litros (-12,25%), dos quais 3,56 bilhões consistem em etanol hidratado (-11,91%) e 1,61 bilhão em anidro (-12,98%) em meio ao recuo na moagem de cana nesta temporada. A entidade destacou que a produção do biocombustível a partir do milho cresceu em torno de 26% tanto na última quinzena de maio, quanto na safra, acumulando 596,38 milhões de litros.

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A moagem de cana do maior polo produtor do país, por sua vez, ficou praticamente estável na segunda quinzena de maio, com alta de 0,04% para 43,69 milhões de toneladas, ficando acima da expectativa de uma pesquisa da S&P Global Commodity Insights, que apontou 41,57 milhões de toneladas. No acumulado da safra, o processamento de cana-de-açúcar totalizou 107,13 milhões de toneladas, queda de 17,88% ante igual período do ciclo anterior.

Até o dia 1 de junho, a Unica disse que 248 usinas operaram, contra 249 um ano antes. Para a primeira quinzena de junho, outras três unidades devem iniciar a moagem no centro-sul, estimou a entidade.

Além da retração no volume processado, a qualidade da matéria-prima mensurada em quilos de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada também está menor. No fim de maio, o recuo era de 6,58%, para 128,64 quilos de ATR por tonelada colhida.

Vendas de etanol

Em maio, as unidades produtoras do centro-sul comercializaram 2,34 bilhões de litros de etanol, queda de 7,13% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022, informou a Unica. No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 1,39 bilhão de litros, com uma queda de 9,18% em relação ciclo anterior, enquanto o anidro ficou estável em 847,67 milhões de litros.

"No mês de maio, os produtores venderam às distribuidoras um total de 2,12 bilhões de litros de biocombustível. A ausência dessa alternativa significaria a necessidade de importação adicional de 1,74 bilhão de litros de gasolina A, apenas para compensar o volume no centro-sul", comentou Padua.

Desde o início da safra 2022/23, as usinas venderam 4,57 bilhões de litros de etanol, queda de 2,53%. Desse volume, o hidratado totalizou 2,86 bilhões de litros (-8,38%) e o anidro, 1,70 bilhão de litros (+9,18%).
Source: Rural

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