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A Petrobras anunciou a contratação do Bradesco BBI como assessor financeiro exclusivo para a venda de 100% da sua unidade industrial de fertilizantes nitrogenados (UFN3) localizada em Três Lagoas-MS e estabeleceu prazos para os potenciais compradores que terminam em 1º de julho.

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A planta tem pelo menos três grupos interessados, segundo disse em maio à Globo Rural o governador do MS, Reinaldo Azambuja. Um deles é a Petroquímica Unigel, que já comprou as duas primeiras unidades da Bahia e Sergipe vendidas pela Petrobras em 2020.

Petrobrás (Foto: REUTERS/Sergio Moraes)

 

Em abril, após a frustração da venda para o grupo russo Acron, que não teve o valor anunciado, a Petrobras havia anunciado que faria o leilão da UFN3 em junho. Agora, fica determinado que o prazo para as empresas interessadas na compra da unidade terem acesso às informações relevantes via Bradesco BBI começa a contar nesta sexta, 3 de junho, e a entrega de toda a documentação deve ser feita até 1º de julho. Não foi marcado o dia do leilão.

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Para a produção dos nitrogenados, a unidade de Três Lagoas vai depender da matéria-prima do gás natural, com uso estimado de 2,2 milhões de m³ por dia. A Petrobras informou no teaser que vai oferecer ao comprador a possibilidade de fechar (ou não) com a empresa um contrato de fornecimento de gás natural.

O documento estabelece que o compromisso de concluir a indústria é obrigatório e não negociável. As obras da UFN-III começaram em setembro de 2011 e foram interrompidas em dezembro de 2014, com 81% de avanço. Desde então, a empresa preserva a unidade e os equipamentos. A capacidade projetada de produção é de 3.600 toneladas por dia de ureia, 2.200 toneladas por dia de amônia e 290 toneladas de dióxido de carbono. 

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Para participar do processo, o potencial comprador precisa ter patrimônio líquido superior a US$ 300 milhões ou receita líquida igual ou superior a US$ 750 milhões. No caso de ser player financeiro, deve possuir ativos superiores a US$ 300 milhões.

Outra exigência da Petrobras é que o comprador ou suas subsidiárias não sejam controladas por uma pessoa ou entidade que esteja sujeita a embargos ou sanções econômicas, financeiras ou comerciais impostas pelo Banco Mundial, Conselho de Segurança da ONU, União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Países Baixos ou Brasil. Também não pode ter os negócios sediados ou morar em país sancionado. Essas condições excluem qualquer interessado da Rússia, por exemplo, que sofre sanções desde que iniciou a guerra contra a Ucrânia em 24 de fevereiro.

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O documento ainda ressalta que o Brasil importa 85% dos fertilizantes usados na agricultura e que o Plano Nacional de Fertilizantes, lançado neste ano pelo governo federal, vai criar um ambiente favorável para investimentos no setor, reduzindo a dependência de importação para 45% até 2050 por meio de incentivos fiscais, linhas de financiamento, parcerias e mudanças regulatórias. Além disso, a Petrobras destaca como estratégica a localização da unidade, próxima aos maiores mercados de fertilizantes do Brasil e ao gasoduto Gasbol.

O governador do Mato Grosso do Sul já disse que vai estender ao comprador da unidade a mesma política de incentivos fiscais que ofereceu inicialmente à Petrobras e depois ao grupo russo Acron, que pretendia usar a unidade apenas como misturadora de fertilizantes, o que não foi aceito pelo governo estadual.

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Frente

Na última quarta-feira (1/6), comentando o aumento de preços dos fertilizantes e a dependência do Brasil do insumo importado, o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Sergio Souza (MDB-PR), disse à Globo Rural que o Brasil precisa urgentemente investir na produção dos nitrogenados e para isso necessita de gás natural.

Ele disse que preocupa o fato de a Bolívia ter reduzido o envio de gás ao Brasil e que o país precisa buscar alternativas viáveis para fornecer o gás necessário para a produção dos nitrogenados. No mês passado, a Bolívia decidiu reduzir em 30% o envio de gás à Petrobras, para 14 milhões de m³ por dia, depois de fechar negócios para exportar 14 milhões de m³ por dia para a Argentina, que paga mais pelo produto.

Segundo o deputado, o avanço na produção de fertilizantes também depende de se criar mecanismos no Brasil que deem mais celeridade aos processos de licenciamento ambiental. “Qual investidor daqui ou do exterior vai querer explorar jazidas no Brasil se o processo de licenciamento ambiental é moroso, demanda 20% dos gastos do projeto e pode não ser autorizado?”.

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Source: Rural

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