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A rastreabilidade via blockchain, tecnologia que registra, armazena e valida transações digitais com alta segurança e confiabilidade, está chegando ao mercado de café especiais. Uma parceria entre a startup Arabyka, de Londrina (PR), e o produtor Anderson Minamihara garantiu a exportação para o Japão de 9 sacas de café orgânico especial, cultivado na sombra de abacateiros em Cristais Paulista (SP), com o uso da nova tecnologia.

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O produtor da região da Alta Mogiana, grande produtora de cafés especiais, alega que decidiu investir na blockchain porque muitos clientes gostam de ter rastreabilidade do produto (Foto: Getty images)

 

A intermediação entre o produtor e a startup faz parte do trabalho do Hub Cocriagro de promoção da inovação aberta. Toda a operação, até chegar às mãos do cliente japonês UCC (Ueshima Coffee Corporation), conta ainda com orientação e parceria da trading Cafebras.

Anderson, da quarta geração de cafeicultores da família Minamihara, de origem japonesa, diz que o café exportado é superespecial, com um pontuação de 90 pontos _ A Specialty Coffe Association (SCA) classifica como cafés especiais aqueles acima de 80 pontos, numa escala que vai de 0 a 100.

Segundo ele, a tecnologia vai permitir o acesso a informações como época e tipo de colheita, secagem, lote, variedade, tempo de descanso, dia e padrão de exportação. Além disso, os outros elos da cadeia, como torrefações e cafeterias, também poderão inserir suas informações durante o processo de venda, até chegar ao consumidor final.

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O produtor da região da Alta Mogiana, grande produtora de cafés especiais, explica que decidiu investir na blockchain porque muitos clientes gostam de acessar a rastreabilidade do grão e é uma forma de agregar mais segurança ao produto. Ele não revela o custo da tecnologia, mas diz que é bem mais baixo do que esperava. A previsão é exportar mais cinco contêineres de café rastreados neste ano.

Eduardo Heron, diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), diz que nenhuma associada relatou o uso do blockchain, mas várias empresas brasileiras já estão estudando a adoção do sistema nas exportações. “O próprio Cecafe busca parceiros e informações para isso.”

A tecnologia blockchain garante confiança, porque os dados digitalizados não podem ser alterados, além de permite a descentralização e a transparência das informações, características fundamentais para a garantia de segurança alimentar. Também é essencial para estabelecer protocolos de compliance da produção agropecuária, nas áreas ambiental e trabalhista, cada vez mais necessários para acessar os mercados internacionais.

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George Hiraiwa, CEO da Arabyka, disse em nota que o avanço da digitalização promove um empoderamento do consumidor, que passa a ser o protagonista da cadeia. “Acredito que será uma grande oportunidade para o Brasil mostrar ao mundo que produzimos alimentos seguros e sustentáveis.”

Em dezembro de 2019, a Arabyka, numa prova conceito, já tinha viabilizado o envio para a Polônia do primeiro carregamento de café, com 36 sacas, usando blockchain para rastrear os grãos exportados. A parceria foi com a Nucoffee, da Syngenta, e os grãos eram do Cerrado Mineiro.

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Source: Rural

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