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Confiança na agroindústria depois da porteira em alta, confiança na venda de insumos e na produção agropecuária em baixa. Isso é o que aponta o Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro), que fechou o 1º trimestre de 2022 em 111,5 pontos, 1,9 ponto acima do levantamento anterior.

O índice, que considera como positivas avaliações acima de 100 pontos, é feito trimestralmente pelo Departamento de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com avaliação da percepção das indústrias de insumos e transformação ligadas ao agro, além das cooperativas e produtores, em relação à uma série de indicadores econômicos e de competitividade do setor.

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Confiança do setor agropecuário aumentou no primeiro trimestre (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 

A confiança das indústrias em geral que fazem parte da cadeia do agronegócio aumentou 5,2 pontos, fechando em 114,5 pontos, mas foi registrado um comportamento distinto entre as empresas que atuam antes da porteira e depois da porteira.

No primeiro caso, as indústrias de insumos agropecuários registraram uma perda de 3,7 pontos no otimismo em relação à pesquisa do quarto trimestre de 2021, fechando o índice em 107,7 pontos. Já as indústrias que atuam depois da porteira tiveram um ICAgro de 117,4 pontos, alta de 9,0 pontos.

“O bom momento das exportações do agronegócio é uma das razões às quais pode ser atribuído o ganho de otimismo, já que muitas empresas que compõem o grupo depois da porteira são exportadoras”, disse, em nota, o diretor do Departamento de Agronegócio da Fiesp, Roberto Betancourt.

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Segundo os dados da Secex, os embarques de produtos agropecuários somaram US$ 28,1 bilhões de dólares nos primeiros três meses de 2022, um aumento de quase 22% sobre o mesmo período do ano passado.

O diretor destacou que a baixa confiança no caso das indústrias de insumos se deve também ao momento em que foi feita a pesquisa. “Boa parte das entrevistas aconteceu em março, durante o início da ofensiva russa na Ucrânia, quando havia grande incerteza quanto à oferta e aos preços dos fertilizantes, e a comercialização de insumos para a próxima safra permaneceu praticamente parada.”

Na atividade agropecuária, aquela realizada dentro da porteira, houve uma queda de 2,8 pontos no Índice de Confiança, que fechou em 107,2 pontos. Considerando apenas a atividade agrícola, o índice foi de 109,1 pontos, queda de 2,9 pontos.

“A percepção sobre o custo de produção, que já era ruim no final de 2021, voltou a cair em função da piora das relações de troca causada pela alta dos fertilizantes e pelos temores relacionados à sua disponibilidade”, explica Betancourt.

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A quebra de safra de grãos no oeste do Paraná e no Rio Grande do Sul também afetou a confiança do agricultor. Houve redução também na avaliação relacionada ao crédito rural, refletindo a alta dos juros e a suspensão na liberação de recursos para custeio. O que melhorou foi a avaliação sobre os preços agrícolas.

Entre os pecuaristas, o índice ficou em 101,4 pontos, uma redução de 2,6 pontos. Custos da ração e da ureia e preço mais alto dos bezerros influenciaram negativamente na avaliação, assim como a piora das condições de crédito rural e as cotações futuras do boi gordo que estão abaixo do mercado físico desde o início do ano.

Economia

A Fiesp mede também a confiança do agronegócio na economia brasileira. No primeiro trimestre deste ano, o resultado foi positivo, com 107,3 pontos ante o 95,1 do último trimestre de 2021.

Desde 2014, início da pesquisa, a maioria dos trimestres fica no negativo, mas o momento de mais baixa confiança ocorreu no trimestre de julho a setembro de 2015, durante a crise econômica que precedeu o impeachment de Dilma Rousseff, quando chegou a bater em 34,5 pontos. Outros pontos críticos foram no segundo trimestre de 2018 (67,7 pontos) devido à greve dos caminhoneiros e nos dois primeiros trimestres de 2020 (86
Source: Rural

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