Skip to main content

O azeite extravirgem premium fresco Sabiá foi classificado como um dos dez melhores do mundo no concurso da Evooleum, em Córdoba, na Espanha. O produto premiado teve origem na terceira safra comercial do casal Bia Pereira e Roberto Vieira da Costa, colhida em janeiro, em Santo Antonio do Pinhal, na Serra Mantiqueira (SP). O azeite brasileiro foi o único entre os top dez do ranking que não foi produzido na Europa. A lista tem quatro espanhois, outros quatro da Itália e um da Croácia.  

LEIA TAMBÉM: Cachaça de SP é eleita melhor do mundo; conheça

Azeite Sabiá (Foto: Divulgação)

 

Na fazenda de área montanhosa na serra, Bia e Bob tinham criação de gado. Em 2014, resolveram trocar por oliveiras ao provar um azeite de Campos do Jordão e se encantar com a qualidade. Plantaram, então, 5.700 árvores em 17 hectares. Na primeira safra, a produção foi familiar. Na segunda, foram 400 litros e neste ano 3.000 litros de azeite Sabiá, nome escolhido por ser um pássaro identificado com o Brasil.

Há três anos, eles decidiram expandir a produção. Escolheram uma área no Rio Grande do Sul, no município de Encruzilhada do Sul, que tem mais de 300 horas de frio abaixo de 10 graus por ano e onde a produtividade das oliveiras é bem maior. O casal acredita que eles são os únicos com produção nos dois pólos da olivicultura nacional. Com apenas 3,5 anos, as novas árvores do sul já renderam 70 mil kg de azeitonas ou 7 mil litros de azeite.

saiba mais

Cinco queijos brasileiros premiados para experimentar

 

 “A alternância anual abrupta de produção da árvore, com as variáveis externas como seca e frio nos preocupou. Um produtor vizinho na Serra da Mantiqueira colheu 52 mil kg em um ano e 2.800 kg no outro. Isso levou a gente a investir na formação de um pomar de 33 mil oliveiras em 110 hectares de Encruzilhada do Sul em parceria com o mestre lagareiro Emanuel da Costa”, conta Bob, publicitário com passagem pelo serviço público, especialmente no Ministério da Saúde, onde assessorou campanhas como as de vacinação, sobre o HIV (vírus da Aids) e de combate ao tabagismo. 

Azeite Sabiá foi colhido em Santo Antonio do Pinhal, na Serra Mantiqueira (SP) (Foto: Divulgação)

 

Nas duas fazendas do casal, a colheita é manual ou feita com derriçadeiras elétricas. A fruta colhida por 50 pessoas em dois meses, de janeiro a março, é armazenada em caminhão frigorífico no campo para chegar fresca ao lagar que fica a uma distância máxima de 2 km da lavoura.

No sul, o casal pretende adotar nas próximas safras também a colheita por “shakers”, equipamentos que abraçam e fazem a árvore tremer e derrubar os frutos na lona ou ombrelone no chão. Bia conta que eles também estão investindo na instalação de um lagar subterrâneo em Encruzilhada com capacidade para processar 1.800 kg de azeitona por hora com maior controle da temperatura. O equipamento atual tem capacidade de 350 kg por hora e também processa fruta de três parceiros.

Bob e Bia já ganharam outros prêmios com o Sabiá, mas consideram esse da Evooleum o mais importante, por ser um dos mais antigos do mundo e ter um corpo de jurados com “régua alta”, formado por 13 especialistas espanhóis, dois alemães, dois gregos e um jurado de Portugal, Japão, Israel, Grécia, Argentina, EUA, Coreia do Sul, Croácia e Itália. O concurso é organizado pela revista espanhola Mercacei, que publica anualmente um guia dos cem melhores azeites do mundo.

Azeite Sabiá foi colhido em Santo Antonio do Pinhal, na Serra Mantiqueira (SP) (Foto: Divulgação)

 

Marcelo Scofano, azeitólogo brasileiro, lembra que outros azeites brasileiros já foram premiados em concursos internacionais nos últimos anos. Pontua, no entanto, que o Evooleum é um dos prêmios mais respeitados do mundo em parâmetro de qualidade.

“Eu soube da premiação do Sabiá antes porque encontrei o coordenador do concurso em outra premiação em Israel e ele me disse: ‘Marcelo, parabéns! Não vou te dizer a marca, mas tem um azeite brasileiro entre os dez melhores do mundo’. Eu sabia que o azeite do Bob e da Bia era o único brasileiro inscrito.”

O Sabiá é vendido em empórios de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. A garrafa de 250 ml custa de R$ 80 a R$ 100. Na fazenda, em Santo Antonio do Pinhal, é oferecida visitação e degustação de azeites.

Bia Pereira e Roberto Vieira da Costa (Foto: Divulgação)

 
Source: Rural

Leave a Reply