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Inovar por meio da cocriação e da experiência do consumidor. Essas foram algumas das minhas principais impressões durante a Agrishow 2022. Realizado nesta semana, de 25 a 29 de abril, na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, o evento é a principal feira de tecnologia para o agronegócio do país. Além da reflexão, temas como automatização embarcada nas máquinas e empoderamento das agtechs foram destaque durante a feira. Depois de dois anos, a Agrishow voltou a ocorrer de maneira presencial.

Agrishow voltou a ser realizada de forma presencial em 2022 (Foto: Divulgação/Agrishow)

 

O evento estava pujante. A presença do público mostrou que as pessoas estão interessadas em voltar fisicamente às grandes feiras. A Agrishow tem mostrado um crescimento exponencial. Uma feira que começou com 42 expositores e hoje já conta com mais de 800. Tudo isso é impressionante.

Do que vi enquanto acompanhei a feira, destacou-se a interatividade dos estandes, muito mais focados na experiência de uso do equipamento. Vi de perto muita tecnologia agregada e muita cooperação, tendências e oportunidades para o agronegócio em 2022 e nos anos seguintes.

Se há poucos anos, alguns dos principais players do agronegócio acreditavam que poderiam construir suas soluções sozinhos, com a aceleração da transformação digital e da inovação aberta ao longo da pandemia, o cenário mudou. Quem antes achava que tinha pleno domínio de uma área, hoje está aberto a compartilhar com outras empresas, integrando soluções e APIs em seus negócios. As companhias estão prontas para atender em conjunto as dores comuns dos seus clientes e fico entusiasmado ao ver que o foco total é no cliente. No fim do dia, ele é a razão fundamental de um negócio existir.

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Outro destaque da edição deste ano foi a quantidade de soluções combinadas pelos fabricantes e agtechs em prol da lucratividade do agricultor. Acho que o mais interessante da Agrishow foi notar que as companhias passaram a integrar os seus produtos usando como base conceitos de inovação aberta. Sinto que os players decidiram se conectar de forma mais assertiva para mitigar as dores dos clientes. E as agtechs protagonizaram boa parte dessas parcerias. A ascensão das startups voltadas para o agronegócio são definitivamente uma tendência – e um mar de oportunidades para o futuro do setor. A edição deste ano deu muita atenção para elas, inclusive com premiação e espaço exclusivo.

Por fim, acredito que a pauta da customer experience nunca foi tão latente no segmento agro (e na Agrishow) como agora. O que eu percebi neste ano é que os grandes players estão dispostos a ouvir o cliente, esteja ele ‘dentro ou fora da porteira. Na Agrishow deste ano, ficou muito mais claro que a inovação deve ser pautada por um objetivo: o consumidor. Ela tem de ser produtiva, guiada pelas necessidades do cliente.

Não adianta desenvolver uma tecnologia de ponta se você não mostra sua relevância para o consumidor final, se a experiência dele é ruim com aquela ferramenta. E apesar de tantas boas novidades, ressalto que existe um impressionante aumento de custos no agro, sem aumento de preço das commodities e com crédito caro e mais escasso. É hora de todos na cadeia do agro olharem com carinho para sua gestão.

**as ideias e opiniões expressa neste artigo são de responsabilidade de seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural

*Rodrigo Rodrigues é head de Agroengócios da consultoria Falconi (Foto: Divulgação)

 

 
Source: Rural

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