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A rotulagem de cortes nobres de carne bovina está na mira dos criadores de gado zebuíno. A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) prepara uma ação judicial para reivindicar a inclusão das raças de gado – como o Nelore, que compõe a maior parte do rebanho de corte brasileiro – nas embalagens, junto com o gado de origem taurina, como as raças Angus, Hereford e Simental.

A informação é do presidente da ABCZ, Rivaldo Machado Borges Junior. De acordo com ele, a entidade contratou um estudo da Universidade Federal de Viçosa e, a partir da análise de produtos vendidos no varejo, constatou a predominância de cortes de animais meio-sangue, originários do cruzamento entre zebuínos e taurinos.

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Animais da raça em julgamento durante exposição agropecuária. Criadores de gado zebuíno querem que as raças de corte estejam citadas na composição de carnes premium expressas nas embalagens dos produtos (Foto: Getty Images)

 

“Essas grifes só levam o nome das raças de taurinos e estamos reivindicando que isso acabe porque, na verdade, o mercado que está aí, o que se oferece são cruzamentos de taurino com zebu, o que dá um meio sangue. E esse meio sangue não é visto na embalagem, só é visto um animal”, destaca o presidente da ABCZ. 

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As raças europeias puro sangue são mais comuns no sul do país. Nas demais regiões produtoras do Sudeste e Centro-Oeste, esses animais são, geralmente, submetidos ao cruzamento com vacas zebuínas, majoritariamente Nelore, resultands em bezerros meio sangue que aliam as características do gado europeu com a rusticidade do zebuino, mais adaptado ao clima quente.

“Com isso, a gente tem um prejuízo muito grande porque as fêmeas que são usadas para fazer esse animal de cruzamento não é valorizada. Mas, a partir do momento que acontecer isso, ela vai ser”, completa o presidente da ABCZ.

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Segundo ele, o tema já foi tratado com o Ministério da Agricultura e com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), responsáveis pelas normas de rotulagem, mas sem resultado. “Então nós partimos pra Justiça. Em breve, estamos entrando e pedindo revisão disso. Nós não podemos aceitar numa embalagem onde tem duas raças distintas que use só um nome de uma outra raça que é taurina”, reivindica o criador.

A ação, segundo Rivaldo, baseia-se no Código de Defesa do Consumidor (CDC) e será protocolada ainda esta semana. “O frigorifico na hora que for fazer as embalagens ele vai ter que destacar se a gente ganhar isso na Justiça – e acho que a gente vai ganhar porque, pela lei de defesa do consumidor, você não pode fazer uma propaganda enganosa. Na verdade você está fazendo uma propaganda enganosa, dentro daquela embalagem tem dois animais contribuindo: o taurino e o zebuíno”, completa o presidente da ABCZ.

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Source: Rural

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