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Aumento de pelo menos 100% no preço das máquinas agrícolas, inflação, volta da feira presencial, apetite dos produtores rurais capitalizados e aumento de área plantada. Esses cinco fatores, especialmente, levaram a 27ª Agrishow a registrar um faturamento recorde de R$ 11,243 bilhões neste ano, um aumento de 287% em relação à última edição da feira, em 2019, que registrou R$ 2,9 bilhões em negócios. O público também foi recorde: 193 mil pessoas passaram pelo evento, que aconteceu em em Ribeirão Preto (SP),  30% acima de 2019.

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Agrishow 2022 tem faturamento de R$ 11 bilhões (Foto: Eliane Silva)

 

Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), disse que o valor apurado inclui somente máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e armazenamento. Estão fora dos R$ 11,2 bilhões as vendas dos setores de máquinas rodoviárias, aviões, pecuária e insumos, por exemplo.

“Foi um excelente ano de Agrishow, com vendas recordes, público recorde, visita do presidente da República e de vários presidenciáveis”, resumiu o presidente da Abimaq, João Carlos Marchesan.

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Com exceção do presidente de honra da feira, o empresário do setor sucroalcooleiro Maurílio Biagi, que havia previsto um faturamento de R$ 6 bilhões, nenhum diretor das entidades organizadoras tinha arriscado uma estimativa antes do início da feira.

Segundo Estevão, o recorde foi estabelecido mesmo sem os recursos do Plano Safra, já que a maioria das linhas está bloqueada desde novembro de 2021. Os financiamentos, com recursos próprios dos bancos, tiveram taxas de 9,5% a 15% ao ano. Para o próximo Plano Safra, o setor apresentou um pedido de R$ 100 bilhões só para investimento. No plano em vigor, o governo liberou R$ 11 bilhões para Moderfrota e Pronaf.

Estande da Baldan na Agrishow (Foto: Eliane Silva)

 

Francisco Maturro, secretário da Agricultura em São Paulo e presidente da Agrishow, disse que nos últimos três anos o setor de máquinas agrícolas foi altamente prejudicado pela total desorganização da cadeia de suprimentos e a logística de navios e contêineres, o que levou a aumento de preços das máquinas. A defasagem tecnológica dos equipamentos nesse período sem feiras também ajuda a explicar o faturamento recorde, segundo ele.

No ano passado, o setor de máquinas agrícolas registrou um crescimento de 41% no faturamento em relação a 2020, que já tinha subido 17%. Somando com os setores de irrigação e armazenamento, o faturamento foi de R$ 88 bilhões. A previsão da Abimaq para este ano era de aumento de 5%, mas o primeiro trimestre já apontou uma alta de 8,9%.

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Nas fábricas

Procuradas, as grandes multinacionais de máquinas informaram que não divulgam faturamento, aumento percentual de vendas nem número de máquinas vendidas. Uma exceção foi a Case IH. “Não temos ainda o balanço final, mas estamos encerrando a feira com pelo menos o dobro de vendas da edição de 2019”, disse o diretor de marketing e comunicação da Case IH para a América Latina, Eduardo Penha.

Estande da Marchesan na Agrishow (Foto: Eliane Silva)

 

Baldan e Marchesan, duas indústrias nacionais que estão entre as fundadoras da Agrishow, também revelaram que as vendas pelo menos dobraram nesta Agrishow em relação a 2019. Já a Casale, outra fundadora da feira e fabricante de máquinas para a pecuária, informou um faturamento 10% maior.

“Nosso faturamento cresceu duas vezes e meia, beneficiado pelo agricultor capitalizado pelo bom preço das commodities nos últimos anos”, disse Celso Ruiz, diretor-presidente da Baldan, empresa de máquinas agrícolas de Matão (SP). Em número de máquinas vendidas, a empresa passou de 1.500 para 2.500 nesta feira.

CEO da Baldan há 15 anos, Ruiz disse que veio confiante para a Agrishow devido ao aumento de vendas dos últimos dois anos e aos quatro lançamentos de máquinas, entre eles os dois primeiros equipamentos autopropelidos de pulverização da marca que custam até R$ 1,2 milhão. Além disso, a empresa contou com uma parceria inédita com a fintech Agrolend, que financiou cerca de 20% dos negócios com emissão desburocratizada de uma CPR (Cédula do Produto Rural).

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“Nossos clientes gostam de comprar e pagar o equipamento com a próxima safra. A Agrolen ofereceu um limite de R$ 500 mil a cada produtor com taxa de 1,4% ao mês e aprovação quase imediata”, diz Ruiz.

A Baldan cresceu seu portfólio nos últimos anos, que inclui plantadeiras e linha de carregamento de graneleiros, entre outros equipamentos. Para elevar a capacidade da fábrica, a Baldan abriu nova unidade em Taquaritinga e vai passar sua linha de equipamentos premium para uma nova unidade que está sendo adquirida em Matão.

Estande da Casale na Agrishow (Foto: Eliane Silva)

 

Marchesan, o presidente da Abimaq, disse que já esperava um bom faturamento de sua fábrica devido ao resultado das três primeiras feiras do ano. A Marchesan, que também tem sede em Matão, dobrou os negócios na Agrishow na comparação com 2019, tendo como carro-chefe uma plantadeira. “Também dobramos nossa capacidade de produção e de funcionários.”

Já Renato Ferreira, gerente nacional de vendas da Casale, disse que o balanço ainda não estava fechado, mas ele estima um aumento real de 10% nas vendas. Especializada em vagões misturadores de dieta para gado de corte e leite, a Casale ofereceu na feira produtos de R$ 100 mil a R$ 900 mil.

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Source: Rural

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