A entrada da massa de ar polar que despencou as temperaturas no país nos últimos dias deve fazer com que o início de semana seja pouco chuvoso. De acordo com a previsão do tempo, a tendência é a diminuição brusca das chuvas na região central e norte do Brasil, mais precisamente em Mato Grosso, norte do Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, oeste e norte de São Paulo e oeste da Bahia.
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Lavoura de milho atingida pela seca (Foto: REUTERS/Agustin Marcarian/File Photo)
De acordo com Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima, a situação de seca já está implantada em muitas lavouras de milho que já sentem os efeitos negativos da estiagem, com redução drástica do potencial produtivo. "Daqui para frente, as condições serão muito ruins para os produtores de milho safrinha no Cerrado", alerta.
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O especialista ressalta que possíveis chuvas generalizadas podem acontecer nessas regiões produtoras somente daqui 20 a 25 dias, mas ainda sim não há indícios que elas ocorrerão.
Por outro lado, nas próximas duas semanas, veremos muita chuva sobre o Sul do Brasil, que volta a receber precipitações nesta quinta-feira (21/4), e no norte do país devido a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) ainda atuante. "Uma nova frente fria avança sobre o Rio Grande do Sul levando chuvas aos três estados sulistas".
As temperaturas voltarão a cair de forma mais acentuada na passagem de abril para maio. Ainda há grande chance de oscilação de intensidade do frio, e a Climatempo indica temperaturas abaixo dos 3°C com geadas no sul e leste do Paraná, em boa parte do Planalto, serra e meio oeste de Santa Catarina e na serra do Rio Grande do Sul na madrugada de 1º de maio.
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Péssimas condições para o milho safrinha
As pastagens e a segunda safra de milho já sentem os efeitos da menor umidade do solo em áreas do noroeste de São Paulo, Triângulo Mineiro, norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, oeste e sul de Mato Grosso e Vale do São Francisco no Nordeste. A Conab aponta que pouco mais da metade das áreas instaladas estão em desenvolvimento vegetativo e aproximadamente 40% estão em floração e há necessidade de mais chuva.
Com o tempo seco por um período prolongado sobre essas áreas, a diminuição da umidade do solo diminuirá a produção da segunda safra de milho.
"Algumas áreas de cana-de-açúcar e de pastagens também sentem a diminuição da precipitação, embora no caso da cana de açúcar, o tempo seco também ajude na aceleração da colheita no centro e sul do país", informa a Climatempo. Corroborando com a Rural Clima, o boletim também prevê possíveis chuvas mais intensas "somente na segunda semana de maio".
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Source: Rural