A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) prevê um crescimento de 5% das vendas de chocolate para a Páscoa deste ano. Os preços dos ovos de Páscoa subiram, em média, 12% e o consumidor está mais cauteloso, trocando ovos por bombons e barras de chocolate. Os supermercados estão investindo em marcas próprias de ovos de Páscoa, com preços até 30% menores. E 80% dos supermercadistas fizeram promoções para incentivar o consumo, 65% investiram em pontos extras, 34% fortaleceram as estratégias nos aplicativos de fidelização.
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Ovos de Páscoa (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Os supermercados brasileiros têm registrado volume de vendas de 16,1% de bombons de chocolate; de ovos de 186g a 251g, com 15,4% do volume; e os mini-ovos, coelhos e barras de chocolates com 15,3%. Outros itens, como colomba pascal de frutas e de chocolates, representaram, 13% e 12,8%, respectivamente no volume de vendas.
“Essa Páscoa será marcada pelo reencontro familiar que não ocorria com tranqüilidade há dois anos. O consumidor está mais cauteloso, mas essa semana até o domingo representa 50% das compras da Páscoa de ovos de Páscoa e produtos”, diz o vice-presidente da Abras, Marcio Milan. “Essa será a Páscoa do reencontro, que trouxe um crescimento que está se mantendo.”
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De acordo com a entidade, para driblar o reflexo da inflação e do aumento de custos dos produtores de cacau e fabricantes de chocolate, indústria e supermercados optaram por oferecer ovos de marca própria, com preços 30% menores. “E parte dos supermercadistas reduziram ou substituíram as parreiras e tornaram os espaços das ilhas montadas na entrada ou em pontos estratégicos das lojas mais atrativos para os consumidores, além de ampliar a oferta de ovos de menor gramatura, barras e caixas de bombons”, diz Milan.
No almoço de Páscoa, a entidade mostra que o brasileiro mantém também a cautela, buscando produtos mais baratos. De acordo com a Abras, os ovos de galinha foram os produtos que mais apareceram na cesta de compra, com volume 16,4% maior do que no mesmo período de 2021. Os peixes em geral tiveram aumento de 15,3% em volume e, na sequência, o bacalhau com alta de 14,8% em volume. A batata, outro item do almoço, cresceu 14,7% em volume e o azeite teve alta 13,5%. Na cesta de bebidas, o destaque é o vinho importado, que representa 15,6% do volume de vendas. Em seguida vem a cerveja com 14,3%, refrigerante, com 14,2%, suco, com 13,4% e vinho nacional, com 12,6%.
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Consumo nos lares
Hoje a Abras também divulgou a evolução do consumo nos lares brasileiros no primeiro bimestre do ano, que cresceu 2,26% em relação ao mesmo período do ano passado. Para o ano, a previsão é de alta de 2,8% no consumo nos lares em 2022. Entre os motivos do aumento, Milan destaca o Auxílio Emergencial e o Auxílio Brasil, apesar de a inflação preocupar.
Nos próximos meses, a entidade espera movimento positivo com a decisão do Saque Extraordinário do Fundo de Garantia (FGTS). Segundo o Ministério da Economia, serão liberados cerca de R$ 30 bilhões para 42 milhões de pessoas que tem recursos no Fundo. O valor, de até R$ 1 mil, deve ser liberado entre abril e junho. Além disso, Milan lembra do fim da bandeira tarifária na conta de luz, que deve aliviar o bolso do brasileiro.
A cesta Abras Mercado, que inclui 35 produtos de largo consumo composta de alimentos, bebidas, produtos de limpeza e itens de higiene e beleza, registrou alta de 1,33% em fevereiro na comparação com o mês anterior. O preço na média nacional passou de R$ 709,63 em janeiro para R$ 719,06 em fevereiro. No acumulado de 12 meses, a cesta nacional registra alta de 13,53%.
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As maiores altas em fevereiro foram puxadas pela batata (23,49%), feijão (4,77%), cebola (3,26%), ovo (2,79%) e farinha de trigo (2,76%). As quedas mais expressivas ficaram no preço do pernil (-3,01%), do frango congelado (-2,29%), do queijo prato (-0,15%), do sabão em pó (-0,14%), do leite em pó integral (-0,05%) e do refrigerante pet (-0,05%).
Milan diz que os preços dos alimentos sofreram forte impacto da alta das commodities e que devem continuar subindo, uma vez que os dados de fevereiro não registram o reflexo da Guerra na Ucrânia. Para ele, os preços internos também serão pressionados pelo reflexo no aumento das exportações de frango e ovos, que devem encarecer o produto nacional uma vez que a demanda continua alta. A entidade nota que, desde 2019, o frango tem tomado o lugar da carne bovina.
No primeiro trimestre, segundo a Abras, as exportações de frango em volume subiram 10,2% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, e a receita cresceu 31,5%. “O mercado exportador está bastante aquecido e com certeza vai trazer reflexo para os preços nos próximos meses”, afirmou.
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No primeiro bimestre, as exportações de ovos subiram 38,9% em volume e 51,4% em receita. “São ações que influenciam o mercado interno.” E o ovo está no mercado interno com preço em 12 meses 12,36% maior. Já a carne suína teve uma queda de 6,3% nas exportações no primeiro trimestre, com queda 16,1% na receita, o que deve manter o preço interno do produto em baixa.
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Source: Rural