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A indústria e os supermercados têm esperança que a Páscoa de 2022, a primeira na qual as famílias poderão se encontrar sem restrições após o início da pandemia de Covid-19, apresentará bons resultados de vendas. Diego Pereira, economista da Associação Paulista de Supermercados (Apas), conta que as vendas podem crescer 36%. “Os encontros presenciais propiciam isso. Como as pessoas vão voltar a fazer ceia, algo que no ano passado teve restrição maior, agora vão poder confraternizar.”

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Ovos de Páscoa (Foto: Agência Brasil)

 

Mas, segundo ele, o consumidor tende a trocar o ovo de Páscoa, cujo preço subiu de 12% a 40%, por barras de chocolate e bombons. “Muitos que dariam ovos de Páscoa se sentem obrigados a fazer a substituição. As parreiras de ovos dos supermercados foram reduzidas para ofertar mais barras de chocolate e bombons”, diz Pereira. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulga na quinta-feira sua projeção para as vendas da Páscoa.

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Ubiracy Fonsêca, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Balas e Amendoins (Abicab), afirma que o setor está otimista. “A Abicab não faz projeção de vendas, mas estamos otimistas, considerando que os números do ano passado indicaram uma recuperação do setor, com a produção de cerca de 9 mil toneladas de ovos e produtos de Páscoa, aumento de 6% em relação a 2020 (8,5 mil toneladas)”, disse em entrevista por e-mail.

Segundo ele, esse resultado foi conquistado porque as indústrias se anteciparam e se prepararam para diferentes cenários logo após o início da pandemia, em março de 2020. “Todas estão sempre procurando trazer novidades e inovações para os consumidores, acompanhando muito de perto a evolução do perfil do público-alvo e mudanças de comportamento para atender suas preferências e necessidades.”

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Renata Vieira, diretora de marketing da Mondelez Internacional, dona da marca Lacta, também está confiante. “Fazemos um grande investimento em pesquisa para entender os desejos e necessidades dos consumidores e também atuamos para antecipar tendências e trazer inovações para o mercado. Por isso, desenhamos com Lacta uma estratégia muito consistente, tanto do ponto de vista de produtos, quanto comercial e de marketing. Temos uma projeção de 10% de crescimento para 2022”, diz, também em entrevista por e-mail.

Após o início da pandemia, a indústria de chocolate também investiu em canais digitais, para entrega em domicílio, que ajudaram no período de lockdown. E a Latcta mantém a aposta nesse canal. “Também temos uma grande expectativa em relação ao e-commerce, que tornou-se indispensável para as pessoas presentearem e comemorarem a Páscoa com praticidade e agilidade, além de ter ganhado ainda mais espaço dentro da estratégia da marca – as vendas no canal cresceram 91% vs 2020 no último ano e já representam 12% do total de venda de Páscoa (contra 8% em 2020).”

Indústria inicia a Páscoa comprando derivados de cacau das esmagadoras a partir de setembro e outubro de cada ano (Foto: Alisson Fagundes/Ed. Globo)

 

 

 

 

 

 

Pereira, da Apas, conta que as indústrias reduziram o tamanho dos ovos, após alguns produtos encalharem nos supermercados em 2021. “Para eles não terem que enfrentar recolhimento, os ovos foram ofertados de forma mais reduzida que no ano passado”, diz Pereira. A indústria inicia a Páscoa comprando derivados de cacau das esmagadoras a partir de setembro e outubro de cada ano. E segundo Pereira, pesou nessa decisão as consistentes altas no preço internacional do cacau, acompanhando o boom das commodities. O Brasil é o 7º maior produtor de cacau do mundo, mas não produz o suficiente para atender a demanda da indústria nacional, que também exporta tanto derivados de cacau quanto chocolate. No ano passado, o Brasil importou 59.768 toneladas de cacau, principalmente da África, uma alta de 67,3% em relação a 2020.

Anna Paula Losi, diretora executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), diz que vem sentindo a retomada dos negócios após o período mais difícil da pandemia por meio do nível da moagem de cacau. Em 2021, a moagem de cacau no Brasil foi de 224.168 toneladas, uma alta de 4,43% em comparação com 2020. O volume de amêndoas nacionais recebidas no ano passado cresceu 13,4%, para 197.654 toneladas. “A gente percebe aumento no consumo dos produtos, tanto que os números de moagem em 2021 superaram os números de 2020, superaram inclusive 2019”, diz.

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Segundo ela, a perspectiva para 2022 é que a moagem esteja em média em torno de 220 mil toneladas de cacau processado, pois há reflexos indiretos da guerra na Ucrânia no preço de alguns insumos e pressões políticas referentes às eleições no Brasil, que podem afetar o consumo de chocolate. “Mas a gente fica muito próximo de 2021”, afirma. “As perspectivas para a Páscoa, em derivados, a contratação foi muito positiva, começou em outubro. E a perspectiva de resultados muito positivos de crescimento mais uma vez. A gente percebe que há aumento do consumo de chocolates nos últimos anos ainda que tenha passado por todo esse período (de pandemia). A Páscoa deve ter um resultado muito positivo.”

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Source: Rural

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