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Mesmo em ano de bienalidade positiva, a safra de laranja 2021/22 foi encerrada no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro com uma quebra de 31,20 milhões de caixas em relação à expectativa divulgada em maio do ano passado. Foram colhidas 262,97 milhões de caixas de 40,8 kg, o que significa um recuo de 10,81% em relação às previsões iniciais. Na comparação com a safra anterior também houve queda de 2,11%.

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laranja_colheita (Foto: Viviane Taguchi)

 

O resultado foi divulgado nesta segunda-feira (11/4) pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). O volume também é menor que o da terceira revisão de safra, que saiu em fevereiro e apontava um total de 264,14 milhões de caixas. As causas apontadas pelo fundo para a queda são as condições climáticas adversas do período: houve uma redução drástica das chuvas, que ficou 27% abaixo da média histórica, e as geadas atípicas de alta intensidade inibiram o crescimento das laranjas e contribuíram para o aumento da queda prematura de frutos, reduzindo a quantidade de laranjas que chegaram à colheita.

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Foi o segundo ano consecutivo de uma safra pequena, segundo disse em nota o coordenador da Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do Fundecitrus, Vinícius Trombin. “Na estimativa que divulgamos em maio de 2021, já estava contemplado um menor volume de chuvas que afetaria a produtividade dos pomares. Mas como enfrentamos a pior seca de quase um século, os danos foram maiores que o esperado.”

Impactos climáticos

Segundo a Fundecitrus, como a maioria dos pomares sofreu deficiência hídrica, especialmente aqueles de sistema de sequeiro, que ocupam cerca de 70% do total do cinturão, houve redução do crescimento dos frutos já desenvolvidos. O peso médio das laranjas encerrou-se em 143 gramas, uma redução de 15% em relação às últimas cinco safras, cuja média é de 169 gramas.

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Além disso, a taxa média de queda de frutos do cinturão citrícola também foi expressiva, atingindo 21,8%. “Este é o maior índice desde que iniciamos os levantamentos, em 2015”, destaca Trombin. Além da queda natural e mecânica, causadas pela poda e trânsito de máquinas, que foram responsáveis por 5,50% dos frutos caídos prematuramente, quedas significativas também ocorreram em função da rachadura da casca dos frutos, ocasionada pela perda de plasticidade da casca em função da seca severa, e também por questões fitossanitárias de incidência de outras pragas e doenças.

A pesquisa apontou que o bicho-furão e a mosca-das-frutas foram os principais responsáveis pela queda nesta safra, com 5,63%, seguido pelo greening, responsável por 3,08%.

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O greening, principal desafio atual da citricultura mundial, aumentou sua incidência em em plantas de 6 a 10 anos e acima de 10 anos pelo quinto ano consecutivo, segundo levantamento do Fundecitrus. Pomares jovens também são cada vez mais afetados, com um aumento de 50% nas plantas com até cinco anos de idade, acumulando uma incidência do greening de 10,21%.

Essa doença não tem controle e as plantas contaminadas precisam ser erradicadas. O órgão também recomenda um controle químico mais rigoroso para combate ao psilídeo espalhador do greening.
Source: Rural

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