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A falta de potássio e nitrogênio, cenário que tem tirado o sono dos produtores este ano, é alvo de estudos desenvolvidos pos pesquisadores de Minas Gerais e do Rio de Janeiro para encontrar cultivares de café com bom resultado agronômico mesmo em situação de escassez de potássio e nitrogênio. 

Conduzida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) junto com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), a pesquisa avalia o desempenho de 20 cultivares de café em ambientes pobres nos nutrientes cujos preços dispararam este ano.

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Trator em plantação de café em Santo Antonio do Jardim, cinturão do café, Brasil (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

 

“Em geral, as regiões cafeeiras apresentam solos naturalmente ácidos e com baixa fertilidade. Para se obter elevadas produtividades é necessário a correção do pH do solo e o uso de grandes quantidades de fertilizantes químicos”, destaca Waldênia Moura. O nitrogênio é o nutriente mais exigido para o crescimento e desenvolvimento dos cafeeiros, crucial à produção dos cafezais.

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Já o potássio é o segundo nutriente mais consumido pelos cafeeiros e possui, juntamente com o nitrogênio, um papel importante na síntese de proteínas, carboidratos e na tolerância a pragas e doenças. O nutriente contribui ainda para a regulação osmótica e para a qualidade de bebida, ao ativar a enzima polifenoloxidase presente nos frutos.

Para realizar a seleção, os pesquisadores expuseram as cultivares a duas situações: a primeira em solução nutritiva com baixas concentrações de Nitrogênio (N) e a seguinte em solução nutritiva com baixas concentrações de Potássio (K). 

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Comparação entre as raízes de cultivar exposta à concentração adequada de nitrogênio (à esquerda) e à baixa concentração de nitrogênio (à direita) (Foto: Divulgação/Epamig)

Os trabalhos, financiados pelo Consórcio Pesquisa Café e coordenados pela pesquisadora da EPAMIG Waldênia de Melo Moura, apontaram as cultivares Tupi IAC 1669-33, Catucaí 785/15, Araponga MG1, Obatã IAC 1669/20 e Topázio MG1190 como as mais eficientes na utilização de Nitrogênio.

Já as cultivares as cultivares Araponga MG1, Rubi MG 1192, Obatã IAC 1669/20, Caturra Amarelo IAC476, IPR 102, Catuaí Vermelho IAC 15, Tupi IAC 1669-33, Catucaí 785/15 e Caturra Vermelho IAC 477 foram as mais eficientesna utilização do potássio.

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O Brasil é, respectivamente, o segundo e o quarto maior consumidor mundial de fertilizantes potássicos e nitrogenados, o que o torna dependente da importação desses produtos. A guerra envolvendo a Rússia, país que está entre os principais fornecedores de fertilizantes, fez aumentar a preocupação com um provável desabastecimento desses insumos.

“Essas cultivares se destacaram por apresentarem maiores eficiências de enraizamento e de conversão dos nutrientes em biomassa”, destaca a pesquisadora ao ressaltar que os resultados ainda precisam ser validados  campo para serem recomendados aos agricultores. "No entanto, servem de base para programas de melhoramento genético com o objetivo de desenvolver cultivares mais eficientes nutricionalmente para Nitrogênio e Potássio”, completa Waldênia.
Source: Rural

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