A Meta, proprietária do Facebook, informou nesta quinta-feira (7/4) que removeu da plataforma uma rede de contas com vínculos com militares brasileiros que se apresentavam como falsas organizações sem fins lucrativos para minimizar os perigos do desmatamento.
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Os comentários de Meta, publicados em um relatório trimestral, representam um risco para a reputação do presidente Jair Bolsonaro. Um cético de longa data do ambientalismo, Bolsonaro enviou as Forças Armadas para a Amazônia em missões malsucedidas para reduzir a destruição da maior floresta tropical do mundo.
madeira-amazonia-desmatamento (Foto: Vicente Sampaio/Imaflora)
Embora os indivíduos envolvidos sejam militares da ativa, a investigação da Meta não encontrou evidências suficientes para estabelecer se eles estavam seguindo ordens ou agindo de forma independente, de acordo com uma pessoa com conhecimento do assunto.
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A operação de remoção de contas, a primeira da Meta a atingir uma rede focada principalmente em questões ambientais, também pode aumentar os ataques de Bolsonaro a grandes empresas de tecnologia, as quais ele acusa de sufocar vozes conservadoras.
Críticos dizem que Bolsonaro e seus apoiadores usam as plataformas para espalhar desinformação, minando as instituições democráticas do Brasil.
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Em seu relatório, a Meta disse que a rede não identificada, que era limitada em escala e engajamento autêntico, usava contas falsas no Facebook e no Instagram para postar inicialmente sobre a reforma agrária e a pandemia, antes de voltar seu foco para questões ambientais no ano passado.
“Em 2021, eles criaram páginas que se passavam por ONGs e ativistas fictícios focados em questões ambientais na região amazônica. Eles postavam sobre desmatamento, inclusive argumentando que nem tudo é prejudicial, e criticando ONGs ambientais legítimas que se manifestavam contra odesmatamento na Amazônia", afirmou a Meta em seu relatório.
"Embora as pessoas por trás (da rede) tentassem ocultar suas identidades e coordenação, nossa investigação encontrou ligações com indivíduos associados às Forças Armadas brasileiras", acrescentou a Meta.
A Meta se recusou a fornecer informações adicionais sobre sua investigação.
O Palácio do Planalto e o Ministério da Defesa não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
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Source: Rural