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Apesar das incertezas do mercado, o Grupo Santa Maria, sediado em Guarapuava (PR), mantém os planos de investimento de longo prazo, afirma Marcelo Podolan, presidente da companhia. Ele reconhece que o cenário atual pode deixar o ritmo de implantação um pouco mais lento, mas não considera a possibilidade de uma parada.

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"São projetos de longa maturação. Então, é muito difícil, em um momento de crise, mudar o rumo. Por mais que tenhamos surpresas com a Covid, com a guerra e com câmbio, os projetos seguem. Às vezes, tira um pouco o pé do acelerador, mas não é possível parar projetos de longo prazo", diz o executivo, em entrevista à Globo Rural.

O grupo completou 60 anos em março. A parte industrial, de produção de papel, representa 60% do faturamento anual. A área florestal, de comercialização de madeira, por 10% e o segmento de geração de energia por outros 10%. Já a produção e comercialização de produtos agrícolas como soja, milho e trigo respondem por 20% da receita total do grupo.

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Grupo Santa Maria (Foto: Divulgação )

 

Entre os principais investimentos, está uma pequena central hidrelétrica (PCH), com capacidade prevista de gerar 10 megawatts de energia e que deve ficar pronta no segundo semestre de 2023. E, ainda neste ano, deve estar concluída uma usina fotovoltaica com capacidade de 5 megawatts.

Na área agrícola, estão previstos modernização de sistemas de gestão e aquisição de equipamentos para plantio, pulverização e colheita. Está nos planos também um reforço no segmento florestal, com uma renovação de equipamentos para aumentar de 90 para 140 mil toneladas o volume de madeira cortada.

"Mesmo em conjunturas não muito favoráveis, a floresta todo dia está crescendo; as safras se sucedem e você tem que plantar. Não tem como alterar esse planejamento e a gente segue investindo", analisa.

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Custos e câmbio

Podolan avalia que, com os atuais preços de soja e milho, a empresa vem conseguindo manter a rentabilidade na safra 2021/2022. Já para a próxima temporada, 2022/2023, as preocupações maiores são com o câmbio e os custos de produção, embora a Santa Maria já tenha antecipado as compras e garantido os fertilizantes necessários para a safra de verão.

Marcelo Podolan, presidente do Grupo Santa Maria (Foto: Divulgação )

 

"Não só os fertilizantes. Tem o diesel, com impacto grande na cadeia produtiva; tem manutenção de máquinas, que também vem subindo rapidamente", pontua o executivo.

Marcelo Podolan acredita que a tendência é das commodities agrícolas se manterem com preços elevados. Mas a desvalorização do dólar em relação ao real pode ter um efeito negativo.

"O custo é elevado para a nova safra. Se as commodities se mantiverem em alta, como é a tendência, e o câmbio em um patamar razoável, é possível fazer uma paridade interessante de resultado", analisa, acrescentando que o "patamar razoável" seria um dólar em torno de R$ 5.

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No segmento florestal, ele diz que os custos de implantação e manejo dos ativos também estão mais elevados. E o cenário para este ano é mais incerto.

"Os novos plantios e a precificação da madeira são uma incógnita. Temos alguns cenários, mas não temos certeza do desempenho da floresta neste ano. Ainda não há uma garantia de que vamos conseguir manter os resultados que vínhamos tendo nos últimos anos."

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Source: Rural

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