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A mandioca, também conhecida como “macaxeira” ou “aipim”, é um tubérculo tipicamente brasileiro. Rica em nutrientes, a planta fez parte da cultura indígena nativa e, com a colonização portuguesa, foi incluída na culinária e posta, junto ao arroz e ao trigo, como uma das principais fontes de carboidratos no país.

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No processo de colonização da América do Sul, a mandioca – originária da região – foi levada para a Europa para outros lugares, como a África e a Ásia (Foto: Divulgação/Ambev)

 

Segundo Joselito Motta, especialista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Mandioca e Fruticultura, o produto é um ingrediente muito versátil nos pratos e consegue se adaptar a diversas necessidades dos seres humanos. Não à toa, em 2018, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) declarou o tubérculo como o alimento do século XXI.

O pesquisador indica que, nos últimos anos, a mandioca tem sido “redescoberta” pelos brasileiros. Conheça alguns benefícios do consumo da raiz.

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Mandioca é rica em nutrientes

Segundo a nutricionista Patricia Leite, além das altas concentrações de carboidratos na mandioca (que garantem a geração de energia nos organismos), a planta também atua como uma importante fonte de potássio, vitamina C e polifenóis.

O potássio é um mineral essencial para o bom funcionamento dos sistemas cardiovascular e excretor. Já a vitamina C é um agente antioxidante que diminui os impactos da exposição solar na pele. Por fim, os polifenóis, que são substâncias orgânicas, atuam no estímulo dos músculos, diminuindo a dor nas articulações, além de promoverem o efeito anti-inflamatório.

Pode substituir o trigo

O trigo é amplamente produzido no Brasil e serve de base para o desenvolvimento de diversos produtos que são consumidos diariamente pela população, em especial, as massas. Porém, o amido do cereal apresenta grandes concentrações de glúten.

Essa proteína, quando exposta aos organismos de pessoas com doença celíaca, são tóxicas e podem causar sérios problemas, como lesões no intestino delgado. Nesse sentido, Motta explica que a fécula de mandioca pode atuar como substituto da farinha de trigo. Segundo o pesquisador, o seu uso não compromete o crescimento ou a qualidade das massas, também fornecendo energia ao consumidor.

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Incorpora bem com outros ingredientes

Motta aponta que a mandioca consegue ser incorporada com facilidade a outros ingredientes, o que pode resultar em alimentos ainda mais nutritivos, adicionando a riqueza desse outro produto ao tubérculo. Como exemplo, o pesquisador da Embrapa cita as tapiocas coloridas.

Tradicionalmente, as tapiocas são brancas – que é a cor da farinha de mandioca -, mas, quando preparadas junto com algum legume ou folha, elas podem adquirir diversas cores: verde com o espinafre ou a couve; laranja com a cenoura; ou amarelo com a laranja.

Nada precisa ser jogado fora

Por ser um tubérculo, a parte considerada “nobre” da mandioca é a raiz, que é rica em carboidratos e provém energia às pessoas. Porém, segundo Joselito Motta, todas as partes da planta podem ser consumidas e trazem consigo benefícios nutricionais. As folhas, por exemplo, são ricas em fibras, importantes para a flora intestinal.

Além disso, mesmo quando não está sendo utilizado como prato principal na alimentação, o produto tem outras funcionalidades dentro da cozinha. Patricia Leite explica que a farinha de mandioca, por exemplo, pode servir como engrossador de caldos, dando mais corpo e nutrientes aos líquidos.

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Mandioca não é só para comer

Motta pontua que a mandioca não serve apenas para ser comida de forma pura. Segundo o especialista, partes da mandioca podem ser utilizadas na produção de embutidos de carnes, como mortadela e salsicha.

E, para além da alimentação, ele explica que a planta é utilizada em diversos setores, dos fármacos às embalagens biodegradáveis. No mercado, já é possível encontrar comprimidos, sacolas, canudos e copos feitos a partir do vegetal.

O pesquisador conclui que a facilidade de se plantar a mandioca – inclusive em cenários impactados pelas mudanças climáticas – é um elemento que soma às possibilidades mercadológicas da planta e, por isso, os cientistas têm voltado os seus olhos para projetos que também “redescobrem” o tubérculo.

*Edição: Raphael Salomão

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Source: Rural

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