O anúncio de que a Argentina passa a permitir novas exportações de farelo e óleo de soja sob a condição de 33% de alíquota “deixa o mercado preocupado”, na perspectiva de André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE). Para ele, é preciso esperar para saber qual o volume que o país sulamericano irá exportar, para então entender se haverá espaço para competitividade de outros mercados.
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Soja descarregada em caminhão (Foto: REUTERS/Jorge Adorno)
“No nosso entendimento, já havia autorizações [de exportação na Argentina] emitidas anteriormente, então é provável que vá exportar algum volume, mas tem que ver o real impacto. Mas só a decisão já deixa o mercado preocupado porque trabalha com a menor oferta de óleo e farelo”, comenta.
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Nassar julga ser cedo para dizer se o Brasil poderá aproveitar esta fatia das exportações, devido à quebra da safra de verão, mas garante que o abastecimento nacional está garantido. “A soja disponível para processamento está restringida por conta da quebra de safra. A gente vai ter que acompanhar o incentivo para o Brasil processar e exportar mais farelo e óleo”, diz.
A disputa entre mercado interno e externo já se torna perceptível, de acordo com Andrea Cordeiro, consultora e especialista em commodities agrícolas. Também devido à perda significativa de estoques, ela aponta que o Brasil “não tem estoques confortáveis para absorver a competitividade da Argentina” e quem deve se beneficiar são os Estados Unidos.
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“O percentual de oportunidade dessa alta na Bolsa de Chicago ainda vai cair no braço dos Estados Unidos. O Brasil não vai conseguir absorver essa oportunidade de restrição maior do mercado argentino. Ele absorve, mas num percentual menor, por conta da quebra de safra”, avalia.
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Source: Rural