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O uso eficiente de águas subterrâneas pode contribuir com a extensão de áreas irrigadas, a melhoria da produtividade agrícola e o crescimento econômico. A avaliação é da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em relatório divulgado por ocasião do Dia Mundial da Água, celebrado nesta terça-feira (22/3).

No relatório, a instituição lembra que a agropecuária responde hoje por 70% das captações globais de água, usada na produção de alimentos, fibras, na pecuária e nas culturas industriais. Ainda de acordo com a Unesco, 38% das terras equipadas com sistemas de irrigação são servidas por águas subterrâneas.

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Em meio a períodos de seca ou excesso de chuva, os sistemas de irrigação inteligente são opções interessantes para o produtor (Foto: Divulgação/Lindsay e Icrop)

 

"O desenvolvimento de águas subterrâneas pode atuar como um catalisador para melhorar a produtividade agrícola e o crescimento econômico, aumentando a extensão das áreas irrigadas", dia Unesco, em seu relatório.

No documento, a agência da ONU alerta que o esgotamento das águas subterrâneas está se tornando uma preocupação crescente em certas áreas do mundo. É uma situação que ameaça a segurança alimentar, o abastecimento de água e a resiliência em relação aos efeitos das mudanças no clima.

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O relatório da Unesco destaca ainda a desigualdade de acesso à água para irrigação no mundo. De acordo com a agência da ONU, enquanto, na América do Norte, 59% das áreas irrigada usam a água subterrânea como suprimento, essa proporção é de apenas 5% na região da Africa Subsaariana. No Norte da Africa, chega a 35% e no Sul da Asia, a 57%.

Na avaliação da Unesco, instrumentos econômicos, além de leis e regulamentos, para a preservação da água têm sido adotados, mas há evidencias de que sua aplicação é fraca.

"Políticas de informação e conscientização para mudar o comportamento do agricultor e incentivar a adoção de Boas Práticas de Manejo na agricultura podem ajudar a prevenir a poluição na fonte", diz o relatório.

Mananciais abastecem 64,5% da área irrigada no Brasil

De acordo com dados mais recentes do Atlas da Irrigação – divulgados em 2021 – o Brasil tem, atualmente, 8,2 milhões de hectares equipados com sistemas para irrigar lavouras. Desse total, 64,5%, o equivalente a 5,3 milhões de hectares, são abastecidos com água de mananciais e outros 35,5% (2,9 milhões de hectares) são abastecidos por água de reúso.

Os dados são referentes ao ano de 2019. Segundo a Agencia Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a agricultura irrigada utilizou naquele ano um volume de 941 mil litros por segundo, o equivalente a 29,7 trilhoes de litros no ano.

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Na avaliação do órgão do governo, o Brasil tem condições de expandir mais sua área irrigada. Segundo o Atlas da Irrigação, até 2040, pode aumentar em 79% em comparação com áreas atuais, o que seria um acréscimo de 4,2 milhões de hectares.

Mas esse potencial é bem maior, segundo o levantamento. Conforme os dados divulgados no ano passado, estima-se que o Brasil possa irrigar até 22% de toda a área utilizada na agropecuária do país, o que seria equivalente a 55 milhões de hectares.

No entanto, há limitações de uso de água e o compartilhamento do recurso hídrico com outras atividades exercidas no país. Uma situação que, de acordo com a Agencia Nacional de Aguas e Saneamento, evidencia a necessidade de uma gestão eficiente dos recursos hídricos para que a irrigação seja feita de forma sustentável.
Source: Rural

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