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Os preços de soja, milho e trigo fecharam em forte alta, nesta segunda-feira (20/3), na Bolsa de Chicago, nos Estados Unidos, principal referência para a formação do preço internacional dessas commodities. Os operadores do mercado seguem acompanhando os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia e seus efeitos sobre o mercado global de grãos.

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Na bolsa de Chicago, o dia foi de alta para as cotações de soja, milho e trigo (Foto: Thinkstock)

 

Russos e ucranianos são importantes fornecedores globais de grãos, especialmente milho e trigo. E à medida que o conflito militar avança, os operadores do mercado ficam atentos à possibilidade de interferência na produção e na capacidade de exportação dos produtos pela região do Mar Negro.

"O produto que a Rússia colocaria no mercado, seria sancionado. Com a continuidade da guerra, temos e expectativa de que a oferta da Rússia e da Ucrânia não vem para o mercado", analisa a consultora e especialista em commodities agrícolas Andrea Cordeiro.

No mercado de trigo, o contrato para maio de 2022 teve alta de 55,4 centavos de dólar, fechando o dia a US$ 11,19 por bushel. Foi o único vencimento acima dos US$ 11 na sessão desta segunda-feira. Julho de 2022 teve elevação de 48,2 centavos de dólar e encerrou o dia valendo US$ 10,93; a mesma valorização verificada no contrato de setembro, que fechou a US$ 10,54 por bushel. Dezembro de 2022 ajustou para US$ 10,16 (+49,2 centavos de dólar).

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O movimento foi acompanhado pelo mercado de milho, com altas entre 14 e 18 cents nos contratos para entrega do grão ainda neste ano. Maio de 2022 ajustou para US$ 7,56 por bushel (+14,4 cents); julho de 2022 encerrou o dia cotado a US$ 7,28 (+15,6 cents). Já o contrato para setembro de 2022 terminou cotado a US$ 6,81 (+17 cents) e o para dezembro deste ano terminou a sessão valendo US$ 6,64 (+18,4 cents).

Os contratos futuros de soja subiram mais de 20 centavos de dólar nos principais vencimentos. Maio de 2022 encerrou a sessão cotado a US$ 16,91 por bushel (+23 cents); julho de 2022 ajustou para US$ 16,72 (+26,4 cents). O vencimento para agosto deste ano encerrou cotado a US$ 16,27 (+24,6 centavos de dólar) e setembro foi cotado a US$ 15,42.

Andrea destaca ainda a influência do mercado internacional de petróleo sobre as cotações de grãos. Nesta segunda-feira (20/3), a commodity chegou a ser negociada a mais de US$ 115 o barril, com os investidores atentos à possibilidade de sanções ao produto da Rússia, o que traria mais aperto ao quadro de oferta e demanda internacional. O contrato do Brente para junho acabou fechando o dia cotado a US$ 111,92, alta de 6,51%.

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A safra da América do Sul também está no radar dos operadores, afirma Andrea. Brasil e Argentina sofreram com severas secas que prejudicaram a produção, especialmente de soja, neste ano. Além disso, o governo argentino anunciou a elevação das tarifas de exportação de produtos como farelo de soja, na tentativa de conter a inflação interna.

"Isso migra a demanda para os Estados Unidos. Estados Unidos e o Canadá acabam sendo os únicos países que conseguem repor esse saldo que o Brasil acaba deixando de exportar e o farelo de soja que a Argentina deixa de exportar também", explica.

Andrea Cordeiro destaca ainda que os operadores do mercado de grãos em Chicago estão atentos também às condições para  o plantio da safra nova nas lavouras norte americanas. E, diante da atual situação de escassez de insumos, como fertilizantes, e aumento de de custos de produção, como será a preparação da próxima safra (2022/2023) na América do Sul. "Fundos de investimentos estão comprados em grão. E na iminência de qualquer situação de acentuar o estresse, o reflexo é alta na bolsa em Chicago", afirma a consultora.
Source: Rural

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