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O preço do algodão subiu nos últimos dias, com os agentes do mercado observando, principalmente, os rumos da guerra entre Rússia e Ucrânia e o mercado de petróleo, e as incertezas em relação à atividades econômica. A valorização da pluma tem ocorrido no mercado internacional e também nas cotações internas.

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Preço do algodão aumentou nos últimos dias. Mercado acompanha preços do petróleo (Foto: Sistema CNA)

 

Entre os dias 10 e 17 de março, o contrato de algodão para maio de 2022 na Bolsa de Nova York subiu 4,28%, passando de US$ 1,16 para US$ 1,21 por libra-peso, informa o boletim de inteligência de mercado da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), nesta sexta-feira (18/3). No mesmo período, o contrato com vendimento em julho passou de US$ 1,13 para US$ 1,18, aumento de 4,49%.

No boletim, a Associação lembra que a guerra colocou o preço do petróleo para patamares acima dos US$ 100 o barril. A cotação do óleo no mercado internacional tem influência sobre os preços da pluma, por causa da concorrência da fibra natural com as sintéticas.

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Atentos à valorização do petróleo, vendedores de algodão no Brasil estão pedindo valores mais altos pelo produto, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo os pesquisadores, o cenário atual é de "disputa acirrada" com os vendedores.

"Atentos às valorizações do petróleo, esses agentes pedem preços maiores pela matéria-prima, mas demandantes, de olho nas incertezas relacionadas ao crescimento econômico, reduzem os valores das ofertas de compra. Assim, poucos são os compradores ativos no spot, até porque algumas indústrias relatam ter estoque elevado de manufaturado, já postergando o recebimento da matéria-prima contratada, diz o Cepea, em nota.

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Diante do cenário, o preço do algodão sofreu oscilações no mercado brasileiro nos últimos dias, com o indicador medido pela instituição variando de R$ 6,95 a R$ 7,02 por libra-peso no mercado nacional. Na quinta-feira (17/3), a referência fechou cotada a R$ 6,96 por libra,  com um alta acumulada de 1,07% desde o início deste mês.

A Abrapa destaca ainda que a alta dos preços de grãos, como milho e trigo, causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, pode levar a um plantio maior dessas commodities, causando uma redução da área de algodão. Além disso, a produtividade pode sofrer com os efeitos da menor oferta de fertilizantes, que aumenta custos de produção, sobre os tratos culturais.

Ainda se acordo com a Associação que representa os produtores de algodão do Brasil, o mercado está de olho em uma seca na região oeste do estado do Texas, nos Estados Unidos. As previsões para a região são de clima desfavorável, o que preocupa os produtores. Já no sul do estado, o plantio já começou.

Lockdown na China

De outro lado, o boletim da Abrapa avalia eventuais influências baixistas para os preços do algodão. A China, nesta semana, anunciou um novo lockdown por causa da pandemia de Covid-19, que atingiu mais de 45 milhões de pessoas e regiões importantes do país.

"A China Cotton Association (CCA) divulgará em 1º de abril o protocolo de produção sustentável do algodão que a indústria chinesa terá que seguir. É a resposta chinesa à exclusão do país da Better Cotton Initiative (BCI) há dois anos, por conta da denúncia de trabalho forçado na região de Xinjiang", acrescenta a nota da Abrapa.

A Associação destaca ainda em seu boletim, que a Austrália pode ter aumento de produção, já que os produtores do país estão conseguindo irrigar as plantações. O volume é estimado entre 1,1 e 1,2 milhões de toneladas. 

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Além disso, o Usbequistão deve retornar ao mercado, após anos de boicote por causa de denúncias de trabalho forçado. A produção do país é estimada em 740 mil toneladas, informa a Abrapa.

Já a Índia, maior produtor mundial de algodão, tem sido motivo de "apreensão" no mercado. As entregas de pluma para beneficiamentos estão 15% abaixo da média dos últimos três anos.
Source: Rural

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