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A Argentina, maior exportador mundial de produtos processados ​​de soja, avalia aumentar os impostos sobre as exportações de óleo e farelo como parte de um plano para conter a inflação elevada, disse uma fonte do governo à Reuters nesta quarta-feira (16/3). O governo suspendeu o registro de novas vendas de exportação de óleo de soja e farelo no domingo, atraindo rápida condenação da indústria e provocando especulações de que o imposto sobre as exportações de óleo de soja e farelo poderia ser aumentado.

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Porto de Rosário, na Argentina. Maior exportador mundial de processados de soja estuda elevar impostos sobre vendas externas (Foto: Agustin Marcarian/Reuters)

 

O governo ainda não comentou publicamente seus planos. As exportações de óleo e farelo de soja são tributadas em 31%, enquanto a soja in natura é tributada em 33%. Um aumento pode eliminar um benefício fiscal que o presidente Alberto Fernández concedeu anteriormente ao complexo agroindustrial, nivelando a alíquota em 33%.

"Quanto à possibilidade de retirar benefícios do setor agroexportador, faz parte das medidas que estão sendo analisadas", disse uma fonte do governo, que pediu para não ser identificada.

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A Argentina se beneficiou da disparada dos preços dos grãos em suas exportações, embora tenha lutado para conter os preços domésticos.

O presidente de centro-esquerda Fernández prometeu uma "guerra" contra a inflação nesta semana, depois que os últimos dados oficiais mostraram que a inflação anual está acima de 52% e em alta devido à invasão russa da Ucrânia.

Carne

O governo da Argentina alertou os frigoríficos nesta quarta-feira (16/3) para fazerem sua parte para ajudar a reduzir a inflação doméstica ou ficarem sujeitos a proibições de exportação de carne bovina, ressaltando as crescentes tensões no país sul-americano por causa da espiral de preços.

O governo, que limitou as exportações de carne bovina em períodos do ano passado, tem amplos acordos com o setor para garantir o fornecimento de alguns cortes a preços baixos ao mercado local, onde a carne bovina é um item básico do churrasco semanal de muitos argentinos.

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Com a inflação acima de 52% e subindo, o ministro da Agricultura, Julián Domínguez, disse no Twitter que se reuniu com a principal câmara de carnes do ABC e alertou que o não cumprimento das obrigações de fornecimento pode bloquear os exportadores.

"Informei que quem não cumprir os compromissos assumidos com o povo argentino não poderá continuar exportando carne", disse.

"Tomei esta decisão no contexto da guerra que provocou o aumento global dos preços dos alimentos, somando-se à crise que nosso setor pecuário está passando devido à seca, aos incêndios em Corrientes e a um déficit de 1,5 milhão de cabeças (de gado)".

A câmara ABC, que reúne exportadores de carne bovina da Argentina, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Source: Rural

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