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Desde a safra 2004/2005 não se via no Rio Grande do Sul uma estiagem como a que ocorreu na última safra de verão. Esta avaliação é um consenso entre produtores rurais e empresas relacionadas ao seguro agrícola, no decorrer da Expodireto Cotrijal. Diante do prejuízo, os sojicultores gaúchos estão aproveitando a feira, que termina nesta sexta-feira (11/3), para acionar as apólices de seguro e conseguirem a indenização.

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Produtores aproveitam Expodireto Cotrijal para acionar apólices de seguro após quebra de safra no RS (Foto: Divulgação/Cotrijal)

 

A Emater-RS, empresa estatal de assistência técnica e extensão rural, estima que a quebra de safra resultará em uma diminuição de 41,1% na produção de grãos do Estado, em comparação ao que foi projetado para ser colhido antes da estiagem acontecer.

O produtor Julio Khelff faz parte desta estimativa. Ele conta que as perdas na sua lavoura de 1.400 hectares devem chegar a 60% da área. “Ainda há alguns talhões de variedade tardia para colher, mas mesmo assim já estou esperando o perito ir a fazenda para saber o que vai dar para indenizar”, espera. Ele preferiu não dizer por qual corretora está assegurado, mas as empresas relatam que pedidos de indenização estão sendo feitos com frequência na própria feira.

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Paulo Hora, superintendente de seguros rurais da BB Seguros – seguradora do Banco do Brasil – ainda não consegue estimar o volume a ser ressarcido aos gaúchos, mas historicamente a falta de chuvas chega a ser responsável por 80% dos casos de acionamento do sinistro.

“A região sul do Rio Grande do Sul começou a acionar os seguros primeiro, a partir de fevereiro, e agora a região noroeste do Estado também começa a comunicar o sinistro”, ele aponta.

Ainda de acordo com Hora, o seguro agrícola no Brasil se dá em apenas 20% das áreas produtivas do país, o que representa um índice muito baixo quando leva-se em consideração que o setor agropecuário representa 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB).

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No entanto, ele diz, a percepção quanto à importância de assegurar a lavoura está aumentando, principalmente no RS, cuja aderência já é maior que a média do Pais, por conta dos maiores riscos climáticos que acometem o Estado. “De 2020 para agora, a nossa carteria da Brasil Seg cresceu quase 80% no Rio Grande do Sul”, comenta o superintendente.

Importância do seguro

Responsável por assegurar 30% da área de soja gaúcha, a MDS Tovese possui quatro mil apólices em aberto, cujas indenizações devem ser equivalentes a R$ 800 milhões, conforme estima Danilo Rosa, diretor de agronegócio da MDS Brasil.

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Ele indica que a contratação de um seguro custa entre duas e três sacas de soja por hectare, chegando a ser “mais barato do que uma aplicação de defensivo”, compara. “Os produtores estão percebendo que fazer o seguro da lavoura evita obter uma dívida nova, evitando que o produtor fique sem fluxo de caixa e precise sair da atividade”, complementa.

Tiago Pasetti, diretor comercial da Pasetti Seguros – também atuante majoritariamente no Rio Grande do Sul – ainda adiciona que “refinanciar dívidas é mais caro do que contratar o seguro”. Segundo ele, cerca de 17% da carteira de clientes do agronegócio se refere a cooperados da Cotrijal.

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“Os produtores precisam perceber que o seguro é uma estratégia de gestão de risco, não especulação. Não basta contratar apenas com base se vai ou não chover, é preciso incluir o seguro no planejamento e vê-lo como investimento e não custo”, ele observa.

Para o agricultor que já é assegurado e deseja acionar o sinistro, ele alerta sobre os prazos. O ideal é contatar a corretora antes de colher a lavoura e com certo prazo para que o perito tenha tempo de fazer a vistoria, constatar as perdas e calcular a indenização.

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*A jornalista viajou a convite da Bayer
Source: Rural

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