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O Plano Nacional de Fertilizantes, a ser lançado nesta sexta-feira (11/3) pelo governo federal, prevê uma redução da dependência do Brasil de adubo importa de 85% para 55% até o ano de 2050. Foi o que destacou, nesta quinta-feira (10/3), o diretor da Secretaria-Executiva do Ministério da Agricultura, Luis Eduardo Rangel, em audiência na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal (CRA), informou a Agência Senado.

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Trabalhador em terminal de exportação de fertilizantes na China. Plano Nacional de Fertilizantes deve reduzir de 85% para 55% a dependência brasileira de adubo importado até 2050 (Foto: Reuters)

 

Convocada pelo presidente da Comissão, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), a audiência reuniu parlamentares e representantes do governo para iscutir a atual situação do mercado em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia. A escalada de conflito armado no leste europeu colocou mais em evidência os riscos dessa dependência externa. O Brasil importa mais de 80% do adubo utilizado no campo a cada safra, com boa parte de origem russa. A preocupação é com o abastecimento, principalmente para a safra 2022/2023.

O Plano Nacional de Fertilizantes vinha sendo discutido ao menos desde 2021 e, nos últimos dias, veio passando pelos ajustes finais na documentação. A cerimônia de lançamento do programa está marcada para as 11h desta sexta-feira, em Brasília. Nesta semana, Luis Eduardo Rangel participou da reunião da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) onde também tratou de detalhes do plano com os parlamentares ligados ao agronegócio.

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"É um plano de longo prazo, mas podemos sacar medidas de curto prazo para poder mitigar esses riscos para a próxima safra e as próximas safras na agricultura", disse Rangel, em conversa com jornalistas depois da reunião com os parlamentares. Segundo ele, o governo está tratando a indústria de fertilizantes como uma indústria de base do Brasil.

Uma dessas medidas, Rangel chamou de "diplomacia dos insumos", que, segundo ele, envolveria a participação do Ministério das Relações Exteriores. A ideia é de que o Itamaraty converse com os mercados de quem o Brasil depende para garantir a oferta não apenas de fertilizantes, mas também para os defensivos agrícolas. "O Itamaraty começa a olhar também para as relações de compra que o Brasil tem para manter esses canais abertos", disse.

No encontro com os parlamentares, na terça-feira (8/3), Rangel destacou que, pelo menos até o momento, o movimento de importação de fertilizantes por parte do Brasil está ocorrendo. No entanto, há situações que tem que ser monitoradas, como pagamentos e fluxos logísticos.

"Os contratos serão espeitados. A Rússia é um bom parceiro comercial. É a questão do monitoramento logístico. Você tem as minas em produção, você tem os contratos já firmados, mas precisa ter embarcadores e seguro para que cheguem no Brasil ainda neste primeiro semestre", disse Rangel.
Source: Rural

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