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A população ocupada (PO) no agronegócio brasileiro no ano passado somou 18,45 milhões de pessoas e cresceu 5,5% (mais 958 mil pessoas) frente ao ano anterior, segundo indicam pesquisas realizadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), a partir de informações da PNAD-Contínua e de dados da RAIS. A participação do agronegócio no mercado de trabalho brasileiro foi de 20,21% em 2021, contra 20,1% em 2020.

 (Foto: Editora Globo)

 

 

 

Segundo os pesquisadores do Cepea, o número de pessoas atuando no setor em 2021 foi o maior desde 2016, quando a PO totalizou 18,46 milhões de pessoas. “Vale lembrar que, após a redução intensa dos empregos que ocorreu entre abril e junho de 2020, os números do mercado de trabalho do setor foram se recuperando gradualmente. No terceiro e quarto trimestres de 2021, além de reforçar o crescimento apresentado nos trimestres anteriores, a PO registrou os maiores contingentes de trabalhadores desde o quarto trimestre de 2015.”

Eles explicam que esse avanço está atrelado à retomada das atividades, à consequente recuperação dos postos de trabalho impactados anteriormente pela crise da Covid-19 e à boa conjuntura vivenciada pelo setor desde meados de 2020. Os dados mostram que todos os segmentos do agronegócio apresentaram crescimentos na população ocupada entre 2020 e 2021, com destaque para a agropecuária, no qual o aumento foi de 7,07% (ou mais de 567 mil pessoas).

Os pesquisadores ressaltam os fortes aumentos da população ocupada no agronegócio das categorias de trabalhadores por conta própria em 2021 (10,32% ou 578,9 mil pessoas) e, em segundo lugar, dos empregados sem carteira assinada (9,51% ou 273,7 mil pessoas).

“Esses dados indicam o possível aumento da informalidade no setor – acompanhando a tendência do Brasil. Esse movimento também caracteriza uma recuperação pós-pandemia, tendo em vista que as maiores perdas relativas em 2020 ocorreram para ocupações por conta própria e empregados sem carteira de trabalho assinada.”

Mulheres

Na divisão por gênero, a participação das mulheres em 2021 subiu percentualmente mais que a dos homens: 6,8% (acréscimo de 357.183) ante 4,96% (mais 606.958), mas elas representam ainda 30,3% da mão-de-obra. Segundo Nicole Rennó Castro, pesquisadora da área de macroeconomia do Cepea, a participação feminina é pequena na comparação com outros setores da economia, onde chega em média a 42%. “O agro é mais masculino que outros setores. E isso não muda rápido.”

A pesquisa detectou ainda um crescimento da PO sem instrução. Foi nessa categoria de trabalhadores que ocorreram as maiores reduções de ocupações em 2020. Nicole explica que, desde a pandemia, muita gente sem qualificação, que ganha menos, voltou ao agro.

“Mas, se formos analisar um período mais longo, o que vemos é um aumento da qualificação média. Ano a ano, as contratações com ensino superior têm aumentado no setor.”

Ela credita isso ao aumento da escolaridade do brasileiro, aos processos de sucessão nas fazendas e ao uso de mais tecnologia no campo e diz que a gestão profissional das fazendas se tornou imperativa para a viabilidade do negócio.

A tendência para os próximos anos, segundo a analista, é uma redução da mão-de-obra no agro, que já empregou 19,59 milhões em 2012, devido à modernização da atividade. “Nesse processo, ao passo que a agropecuária vai perdendo espaço, as cadeias ao redor, como as de agroserviços e insumos, ganham espaço.”
Source: Rural

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