Skip to main content

O governo da Argentina disse na quinta-feira (03/03) que estabelecerá um mecanismo para controlar os preços domésticos do trigo e moderar a inflação dos alimentos, uma medida que vem com as cotações globais do grão atingindo máximas de 14 anos devido à invasão russa à Ucrânia.

O governo, que já estava limitando as exportações para conter os preços dos alimentos, disse que concordou com os moinhos e os exportadores para estabelecer um "trust" que manteria os preços locais baixos.

LEIA TAMBÉM: Como a guerra entre Rússia e Ucrânia afeta países que importam trigo

Com a escalada das tensões e os combates em território ucraniano, cresce o temor de desequilíbrio na oferta e demanda do cereal, cuja cotação já subiu mais de 30% na bolsa de Chicago, onde se forma o preço internacional (Foto: Pascal Rossignol/Reuters)

 

"Este mecanismo responde à necessidade de dissociar os preços para proteger o mercado interno num contexto global de guerra e com o preço internacional do trigo elevado e sustentado", disse o Ministério da Produção em um comunicado.

A Argentina é um grande exportador de trigo, além de ser o exportador número 1 de soja processada e nº 2 em milho. A safra de trigo 2021/22 está estimada em um recorde de 22,1 milhões de toneladas. Rússia e Ucrânia são os dois maiores exportadores de trigo.

O conflito na Ucrânia levou os preços globais do trigo a níveis históricos. No mercado doméstico argentino, o grão fechou na quarta-feira com média de 32.103 pesos (298 dólares) por tonelada, 19% a mais do que há apenas uma semana.

saiba mais

 

 

O mecanismo de preços permaneceria em vigor até o final de janeiro de 2024 e iria se concentrar nos preços das vendas domésticas de farinha de trigo e massas secas, informou o ministério. "Esta política contempla a transferência de 800.000 toneladas de trigo para o mercado interno para garantir o abastecimento e estabilizar os preços destes produtos essenciais", acrescentou.

O governo da Argentina limitou anteriormente as exportações de trigo da safra 2021/22 a 14,5 milhões de toneladas. Segundo dados oficiais, os exportadores já declararam vendas externas de 13,6 milhões de toneladas.

Embora a medida tenha sido acordada com moinhos e exportadores, os agricultores do país sul-americano parecem não ter sido incluídos e se opuseram a propostas de tal mecanismo. Na semana passada, a bolsa de grãos de Buenos Aires rejeitou as ideias de medidas de controle de preços, que descreveu como um "estímulo negativo" para a produção.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Globo Rural? É só clicar e assinar!​
Source: Rural

Leave a Reply