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Um novo sistema de classificação de terras aptas para irrigação válido para todos os biomas foi desenvovido pela Embrapa Solos, com sede no Rio de Janeiro. O software do sistema fornece informações sobre as áreas agrícolas que podem ser irrigadas nas culturas de acerola, goiaba, banana, manga, cana-de-açúcar, melancia, cebola, melão, coco, milho, feijão, uva, capim elefante e café arábica. As culturas da soja e do arroz devem ser acrescentadas ao sistema em breve.

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Em meio a períodos de seca ou excesso de chuva, os sistemas de irrigação inteligente são opções interessantes para o produtor (Foto: Divulgação/Lindsay e Icrop)

 

O objetivo do sistema, segundo a Embrapa, é maximizar o retorno econômico do produtor, mas sem perder de vista a exploração sustentável dos recursos naturais.

O sistema de classificação de terras para irrigação (SiBCTi) foi criado inicialmente em 2005 para a região do semiárido, em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Teve uma segunda versão para a mesma região em 2012 e, a partir de 2016, como apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), começou a ser desenvolvido para atender todo o território nacional.

Fernando Cézar do Amaral, pesquisador da Embrapa e idealizador do sistema, disse em nota da assessoria que o SiBCTi está estruturado em planos de informação. Um deles inclui as variáveis relacionadas às características de várias plantas. Outro reúne dados sobre qualidade e custo de captação da água de irrigação e considera os principais sistemas de irrigação utilizados.

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“A classificação é feita analisando as limitações do ambiente, especificamente a cada cultura vegetal e a cada sistema de irrigação. A metodologia conta ainda com uma classificação generalizada, que se aplica bem aos estudos de pré-viabilidade e a levantamentos de solo, de menor escala ou mais generalizados,” explicou.

O software foi desenvolvido em linguagem Java, com interface web, acessível a partir de qualquer plataforma, o que facilita a obtenção da classificação do ambiente pelo usuário. Destinado principalmente a gestores e técnicos da área agrícola, professores e consultores, o software ajuda a planejar, revisar e adequar projetos de irrigação a serem desenvolvidos ou já implantados visando otimizar a escolha das áreas agrícolas.

A Embrapa Solos oferece um curso online gratuito aos usuários interessados em aprender a operacionalizar o sistema.

Segundo o também pesquisador da Embrapa Silvio Tavares, o uso do sistema torna possível evitar que terras que não trnham aptidão para irrigação sejam incluídas no processo produtivo, minimizando o impacto ambiental e a perda de recursos financeiros. Por outro lado, também permite validar como irrigáveis áreas que antes eram consideradas sem aptidão.

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“O sistema também possibilita o uso racional da água nos processos de irrigação, além de prevenir a salinização dos solos manejados, um grave problema ambiental e econômico, especialmente no semiárido”, acrescenta Tavares.

O cientista lembra que um estudo de 2015 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) concluiu que 80% da produção adicional de alimentos necessária para atender às demandas mundiais serão provenientes de áreas irrigadas.

A agricultura irrigada é a atividade humana que mais consome água. O percentual de área irrigada no mundo corresponde a menos de 20% de toda a área agrícola cultivada, produzindo mais de 40% de toda a produção do planeta. O Brasil possui 75,9 milhões de hectares de área plantada, mas apenas 9% (6,95 milhões de hectares) são irrigados.

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Source: Rural

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