Skip to main content

Menos de um ano após ter enfrentado problemas em uma de suas unidades de produção de glifosato no Sul do EUA, atingida pela passagem do furacão Ida, a Bayer anunciou no último dia 11/02 que um problema mecânico em um fornecedor-chave de matéria prima para fabricação de glifosato deve reduzir substancialmente o ritmo de produção do herbicida nos próximos três meses. Considerado o agrotóxico mais utilizado no mundo, o glifosato é fundamental para dessecação das áreas de plantio de soja e milho e não tem substitutos equivalentes no mercado.

LEIA TAMBÉM: Glifosato, o que é e por que é tão utilizado

Escassez de glifosato no mercado levou a uma alta de mais de 300% nos preços ao produtor, afirma CNA (Foto: Mike Blake/Reuters)

 

“Como resultado desse evento de força maior, a habilidade da Bayer de fornecer aos seus clientes glifosato ou produtos que contenham glifosato, tal como acordado em contratos antecipados ou compras já efetuadas, foi impactada. Pedimos desculpas por esse impacto, mas esperamos que entendam que a situação está fora do nosso controle razoável”, afirma o documento divulgado pela companhia a seus clientes. A Bayer não informou qual foi a falha mecânica e nem qual fornecedor a apresentou, mas sabe-se que o principal país fornecedor de matérias-primas para herbicidas é a China.

saiba mais

Produtores relatam atrasos na entrega de Atrazina e veem riscos para o milho

 

Em entrevista à Revista Globo Rural na semana passada, quando participava da Show Rural Coopavel, o presidente da divisão agro da Bayer na América Latina, Maurício Rodrigues, destacou que este ano continuaria pressionando o setor do ponto de vista logístico e negou qualquer problema no fornecimento de matérias-primas para a produção de glifosato naquele momento.

Segundo ele, a empresa teria conseguido uma oferta maior de produtos quando comparado ao ano passado, reduzindo o risco de atrasos em entregas e alta de preços como o observado no início desta temporada – situação que levou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a acusar as revendas de reter os produtos num movimento especulativo.

saiba mais

Fabricantes afirmam haver "instabilidade" no fornecimento de matéria-prima para defensivos

 

Em nota, a Bayer confirmou o envio do comunicado e os problemas em seu “fornecedor-chave”. A empresa destaca que “o mercado de produtos químicos agrícolas em todo o mundo está vivenciando um cenário historicamente desafiador devido à complexidade nos fluxos comerciais globais, à pandemia e aos eventos climáticos extremos – incluindo o furacão Ida, nos EUA, em outubro de 2021 – que continuam” e que “tem trabalhado com seus clientes em todo o mundo para ajudar a gerenciar suprimentos e melhor atender suas necessidades”.

“Para o mercado brasileiro, a Bayer está trabalhando para reduzir ao máximo possíveis impactos no fornecimento dos produtos da marca Roundup. Reforçamos que continuaremos a trabalhar diligentemente com nossos clientes para atender às suas necessidades e ajudá-los a ter uma temporada de sucesso”, conclui a companhia em nota.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Globo Rural? É só clicar e assinar!​
Source: Rural

Leave a Reply