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O dólar avançava contra o real nesta terça-feira (08/02), depois de ter caído com força na véspera, com investidores digerindo a ata da última reunião de política monetária do Banco Central, em que a autarquia optou por não sinalizar a magnitude de seus próximos ajustes na taxa básica de juros.

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Com a inflação, o valor do dólar flutua entre as casas dos R$ 5,00 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

 

Além de monitorar o noticiário doméstico, os participantes do mercado também acompanhavam a alta global do dólar, cujo índice frente a uma cesta de seis rivais fortes avançava 0,3% nesta manhã, acelerando os ganhos em relação ao início do pregão.

Na ata do Copom, divulgada mais cedo, o BC demonstrou preocupação com a adoção de políticas fiscais que buscam controlar a inflação no curto prazo, e não avançou de maneira concreta em indicar qual percentual de aperto monetário será adotado na reunião do colegiado em março, embora tenha mantido a posição de que é mais adequado desacelerar o ritmo do ciclo de altas.

Às 10h20 (de Brasília), conforme investidores digeriam o conteúdo da ata, o dólar à vista avançava 0,49%, a 5,2801 reais na venda. A moeda oscilou entre 5,2870 reais no pico do pregão (+0,63%) e 5,2518 na mínima (-0,04%). Na B3, às 10h20 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,34%, a 5,3060 reais.

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Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, disse que a ata do Copom reforça a perspectiva de altas nos juros nas reuniões de política monetária tanto de março quanto de maio do Banco Central, apesar da sinalização de menor intensidade nos próximos apertos. Alguns participantes do mercado têm defendido que a autarquia encerrará seu ciclo de elevação da Selic já no mês que vem.

Para Cruz, o documento também sugere que o viés da taxa básica de juros está inclinado para cima, de forma que os principais riscos são de os custos dos empréstimos acabarem num patamar mais alto do que o atualmente projetado.

Juros mais altos no Brasil são, no geral, vistos como positivos para o real, já que elevam o carrego (retorno oferecido por diferenciais de taxas de empréstimo) da moeda brasileira. Mas os riscos fiscais destacados pelo Banco Central na ata desta terça-feira mantinham alguma cautela entre investidores.

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A "ata do Copom reforça que políticas fiscais com impulso adicional na demanda podem elevar prêmios de risco", comentou Yihao Lin, da equipe de análise macro da Genial Investimentos, em post no Twitter. "Nesse contexto a aprovação da PEC dos combustíveis impõe uma pressão adicional para que a Selic avance ainda mais além do cenário base… do BC."

Ruídos sobre propostas de emenda à constituição que preveem redução de alíquotas que incidem sobre os combustíveis – que teriam efeito na arrecadação estimados entre 54 bilhões e 100 bilhões de reais anualmente – têm rondado os mercados nas últimas semanas.

Investidores temem o efeito de legislação desse tipo na credibilidade fiscal do país, que já foi golpeada no ano passado com a aprovação da PEC dos Precatórios, que alterou a regra do teto de gastos, importante âncora para as contas públicas.

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O dólar negociado no mercado interbancário fechou a última sessão em baixa de 1,33%, a 5,2541 reais, maior queda percentual em uma semana e menor patamar de encerramento desde 15 de setembro passado (5,237).

A moeda norte-americana já acumula queda de 5,3% frente ao real até agora em 2022.

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Source: Rural

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