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O crescimento do agronegócio nos últimos anos, a importância do Brasil em escala global e as possibilidades de atração do setor privado têm tornado mais estreita a relação do setor como o mercado financeiro. Desde empresas que passaram a colocar ações em negociação e a submeter seus negócios do crivo dos investidores até alternativas de investimentos, como títulos ligados ao agro. Entre as mais recentes criações, está Fundo de Investimentos nas Cadeias Agropecuárias (Fiagro). Saiba mais sobre o Fiagro e como investir.

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Segundo especialistas, uma das vantagens do Fiagro é investir em um imóvel rural sem a necessidade de comprá-lo, efetivamente, ou mesmo desembolsar a totalidade de seu valor de mercado (Foto: Marcelo Curia / Ed. Globo)

 

O que é Fiagro?

O Fundo de Investimento nas Cadeias Agropecuárias (Fiagro) foi aprovado por lei no Congresso Nacional e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro com vetos, que, posteriormente, foram derrubados pelos parlamentares. A intenção é proporcionar ao mercado financeiro uma alternativa de investimentos no setor, de um lado, e, de outro, proporcionar mais recursos para o financiamento do próprio agro por parte do setor privado.

Sendo um fundo de investimentos, o Fiagro é uma junção de recursos de vários investidores, utilizados para a aplicação em ativos ligados ao agronegócio. A captação desses recursos é feita por um gestor, através da venda de cotas, a exemplo do que ocorre em outros fundos no mercado. A cota é uma parte do patrimônio total do fundo, a parcela que cada investor detém no montante total.

Quais são os tipos de Fiagro?

O Fiagro está dividido em três categorias.

Uma delas é a de fundos imobiliários, com operações são regualmentadas pela instrução 472 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que trata de operações e distribuição de cotas desse tipo de fundo no Brasil. O patrimônio dos investidores é aplicado e gerenciado a partir de operações no mercado de imóveis rurais, sejam compra, venda ou locação.É com base no resultado dessas operações que o capital investido pode sofrer perdas ou ganhos, refletindo nas rentabilidade dos seus cotistas.

Outra categoria é a de direitos creditórios, com operações regulamentadas pela instrução 356 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que trata de operações e distribuição de cotas desse tipo de fundo no Brasil. O patrimônio dos investidores é aplicado e gerenciado a partir de operações lastreadas em títulos do agronegócios, como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) ou Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). É com base no resultado dessas operações que o capital investido pode sofrer perdas ou ganhos, refletindo nas rentabilidade dos seus cotistas.

A terceira categoria é de participações, com operações regulamentadas pela instrução 578 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que trata de operações e distribuição de cotas desse tipo de fundo no Brasil. O patrimônio dos investidores é aplicado e gerenciado a partir de operações lastreadas em investimentos em participações societárias e outros ativos, como títulos e valores mobiliários emitodos por integrantes da cadeia produtiva do agronegócio. É com base no resultado dessas operações que o capital investido pode sofrer perdas ou ganhos, refletindo nas rentabilidade dos seus cotistas.

Quais são os principais riscos?

Como qualquer investimento, o Fiagro também tem seus riscos. Publicação feita pela XP Inc. lista alguns deles: um é o de crédito, associado à falta de capacidade de pagamento de obrigações contratuais de ativos vinculados ao fundo; o risco de liquidez é associado à impossibilidade de converter o Fiagro em dinheiro pela falta de negociações de algum ativo; o risco de mercado é associado a políticas e situações macroeconômicas no Brasil e no exterior, além de preços de commodities, de um modo geral;

Já o risco de governança é associado a eventuais ações irregulares ou má gestão do negócio pelo gestor do fundo; o risco de concentração é associado a um fundo que pode investir em poucos ou em um único ativo; e o risco climático está associado ao efeito que uma quebra de safra por provocar sobre a capacidade e pagamento de obrigações contratuais de ativos vinculados ao fundo.

Quais são as principais vantagens?

De acordo com informes da B3 e da XP Inc., um das vantagens de se investir em Fiagro é a diversificação em sua carteira de investimentos, além da chamada "diversificação setorial", já que os fundos estão ligados a diferentes tipos de ativos ligados ao próprio agronegócio. Outra é a facilidade para investir. O valor para entrada em um Fiagro, geralmente, é mais baixo. Um fundo imobilliário, por exemplo, é uma forma do investidor aplicar dinheiro em imóveis rurais sem desembolsar o valor total do imóvel nem ter que administrar a propriedade. 

Como são feitas as negociações?

Os Fundos de Investimento nas Cadeias Agropecuárias são negociados através de mercados regulados, como a B3. São lançados no mercado por meio de corretoras de valores e investimentos, com um patrimônio dividido em cotas (a parcela correspondente a cada invetidor, cuja participação é proporcional ao capital investido). Para investir em Fiagro, o interessado deve ter uma conta em uma corretora.

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De acordo com a XP Inc., o Fiagro pode ser constituído na forma de "condomínio aberto", com as emissões feitas em mercado de balcão, e condomínio fechado, condição necessária para a listagem em bolsa de valores. No caso de um Fiagro listado na bolsa, ou seja, condomínio fechado, o fundo não tem prazo de liquidação. Nesse caso, se o investidor deseja sair do invesitmento, basta vender sua cota no mercado.

De onde vem o rendimento?

Os invstidores recebem os rendimentos de acordo com o desempenho dos ativos aos quais o fundo está vinculado. Se for um fundo imobiliário, o rendimento virá a partir dos ganhos com operações de compra, venda e locação de imóveis rurais, que são distribuídos periodicamente aos cotistas, de acordo com o tamanho de suas cotas. Se for um fundo ligado a títulos e valores mobiliários, o rendimento virá dos ganhos de capital (diferença entre os valores de compra e venda) ou pela rantabilidade desses papeis.

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Assim como acontece com fundos imobiliários, o Fiagro é isento de imposto de renda sobre os dividendos distribuídos aos investidores. No entanto, lembra a B3, em informe, o investidor terá que pagar o imposto caso venda sua cota que se valorizou. Por exemplo: se um investidor comprou uma cota quando valia R$ 50 e vendeu quando valia R$ 55, o tributo incidirá sobre os R$ 5, que foi o ganho de capital desse investidor com a cota do fundo.
Source: Rural

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