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Pequenos produtores de laranja de São Paulo e Minas estão recebendo capacitação para a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis. O objetivo é fortalecer a competitividade do citricultor para atender às demandas do mercado internacional consumidor de suco de laranja. Os treinamentos e assistência técnica gratuitos são oferecidos pelo projeto Fruto Resiliente, da Fundação Solidaridad, ONG internacional que atua há 12 anos no Brasil para o desenvolvimento de cadeias de valor socialmente inclusivas, ambientalmente responsáveis e economicamente rentáveis da agropecuária.

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Laranjeira (Foto: Ernesto de Souza / Editora Globo)

 

Iniciado no final de 2019, o projeto já atende cerca de 50 produtores e está aberto para novos interessados, segundo a assessoria do Solidaridad. O trabalho é feito por meio de ferramentas digitais e treinamentos, alguns deles desenvolvidos em parceria com o Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do Estado de São Paulo. Os focos são a otimização do gerenciamento das propriedades, adoção de boas práticas agrícolas e adequação dos processos às leis e normas brasileiras, incluindo as leis trabalhistas. Além disso, são realizadas visitas técnicas de engenheiros agrônomos, com acompanhamento periódico.

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“O consumidor do suco de laranja busca não só um produto de qualidade, saudável e nutritivo, mas também que seja produzido com respeito aos trabalhadores e ao meio ambiente. Dessa forma, o projeto busca aumentar a adesão a práticas sustentáveis nos âmbitos social e ambiental dentre os pequenos citricultores para fortalecê-los nesses aspectos”, diz o coordenador do Fruto Resiliente, Guilherme Ortega.

Ouvido pela assessoria, o citricultor Mario da Silva, de Leme (SP), filho de agricultores que há 30 anos produzem laranja para suco, diz que o apoio do projeto é importante porque os pequenos agricultores se sentem desamparados e sem assistência para acompanhar as novas demandas do mercado. “Recebo acompanhamento frequente e estou aprendendo muito, por exemplo como realizar o armazenamento e descarte corretos de defensivos.”

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Também filho de produtores rurais e cultivando laranja há 35 anos, Sebastião Seregatti, de Aguaí (SP), diz que os pequenos enfrentam muitos desafios para permanecer na citricultura e demandam atualização constante. “Em meio a tantos desafios diários, climáticos e econômicos, muitas vezes é difícil ter acesso a informações para ter competitividade e não ‘ficar pra trás’, e a assistência técnica e as palestras oferecidas pelo Fruto Resiliente têm sido muito importantes.”

Segundo Flavio Viegas, presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), em 20 anos, o número de produtores do cinturão citrícola caiu de 28 mil para 6 mil devido à concorrência das grandes indústrias e aos baixos preços da caixa laranja. Ele mesmo foi um dos que abandonou a atividade e passou a plantar cana.
Source: Rural

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