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Em esclarecimento à informação de descontinuidade do monitoramento do Cerrado, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) afirmou que há verba para manter as atividades até abril deste ano. Em rede social, o diretor do INPE Clezio De Nardin admitiu, no entanto, que a instituição está “buscando recursos” para garantir o acompanhamento do bioma.

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Imagem aérea de desmatamento (Foto: Verde Brasil/17)

 

Isso acontece porque a geração de alertas de desmatamento e monitoramento anual para o bioma, respectivamente conhecidos como Deter e Prodes, têm sido financiados pelo Banco Mundial, por meio do Programa de Investimento Florestal (FIP). Com o encerramento deste financiamento e sem a definição do orçamento do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI) – ao qual o Inpe é vinculado -, não há previsão exata de continuidade.

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“O que se encerrou foi um financiamento do FIP para o bioma Cerrado. Agora estamos buscando recursos através do Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia para continuar esse programa. Temos recursos até abril deste ano e, em sendo aprovada a Lei Orçamentária Anual (LOA), teremos recurso através do MCTI para financiar esse programa por mais quatro anos”, afirmou Clezio De Nardin.

São necessários R$ 2,5 milhões ao ano para o monitoramento do Cerrado, dentro de um orçamento que vem sendo reduzido nos últimos anos. Enquanto a verba estimada para 2021 foi de R$ 75,8 milhões, em 2010 o montante foi de R$ 487,6 milhões, o que representa redução orçamentária de 85%.

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Outro servidor ligado ao Inpe, que preferiu não se identificar, revelou que dentro da própria instituição é “difícil ter uma posição clara” sobre o andamento do monitoramento, pois nos bastidores há quem afirme que o acompanhamento do bioma se encerrou por falta de verbas. “Só saberemos quando sair o orçamento do INPE e nele conferir se os recursos necessários estarão disponíveis”, disse.

Posição dos ambientalistas

No último dia 31 de dezembro, o Inpe divulgou que o Cerrado perdeu 8.531,4 km² de vegetação nativa em um ano, entre agosto de 2020 e julho de 2021. Trata-se de um aumento de 7,9% em relação ao índice constatado nos 12 meses anteriores. Neste contexto, ambientalistas têm alarmado o risco de “apagão de dados” a respeito do bioma que representa 24% do território nacional.

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A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura se pronunciou nesta quarta-feira (12/1) dizendo que o país “entra em contagem regressiva para garantir a sobrevivência do trabalho do Inpe”, cuja importância se dá à fiscalização ambiental, ao agronegócio e aos estudos científicos.

“A Coalizão Brasil solicita que o governo federal assegure os recursos necessários para a continuidade do programa de monitoramento do Cerrado e de todos os biomas brasileiros. É uma questão de legalidade, transparência e credibilidade”, informou em nota.

De acordo com Mercedes Bustamante, presidente do Conselho Deliberativo do IPAM e professora da Universidade de Brasília (UnB), acompanhar o bioma também é relevante para entender a segurança hídrica da região.

“O monitoramento das condições da cobertura e uso do solo nas bacias hidrográficas do Cerrado é essencial para a gestão de recursos hídricos e para a elaboração de estratégias adequadas de restauração de paisagens funcionais”, disse.

Para que governo e sociedade civil não fiquem sem informações sobre o Cerrado, o Projeto MapBiomas afirmou ter o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) voltado ao bioma e que “pode entrar no ar imediatamente caso o governo decida enterrar os programas de sensoriamento remoto do bioma, o Prodes-Cerrado e o Deter-Cerrado”.

“Esperamos que a ameaça de paralisação do Prodes e do Deter Cerrado não se concretize e que o trabalho de excelência realizado pelo Inpe continue a ser apoiado e valorizado. Mas, se isso acontecer, faremos todo o possível para que o monitoramento seja garantido e disponível a toda a sociedade por meio do SAD Cerrado”, afirmou o MaopBiomas.

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Source: Rural

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