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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu a estimativa para a safra de grãos 2021/2022 neste mês, de acordo com o 4º relatório de acompanhamento relativo ao ciclo atual, divulgado nesta terça-feira (11/1), em Brasília (DF). O número passou de 291,067 milhões previstos em dezembro para 284,394 milhões de toneladas.

O relatório traz reduções nos números para quase todas as culturas analisadas. Ainda assim, a previsão total é 12,5% maior que a colheita 2020/2021 (252,789 milhões de toneladas), resultado que deve ser direcionado pelas produções de soja e trigo, avaliam os técnicos.

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Conab reduziu estimativas para quase todas as culturas de grãos analisadas. Ainda assim, safra 2021/2022 deve ser maior que a anterior (Foto: José Medeiros/Ed. Globo)

 

A estimativa para a colheita de soja foi reduzida de 142,789 milhões para 140,499 milhões de toneladas, mais otimista que as projeções de consultorias privadas, que, inclusive, já colocam em questão a possibilidade de uma safra recorde da oleaginosa. Mesmo com a revisão, a Conab prevê um crescimento de 2,3% na produção, em comparação com a safra passada.

"De maneira geral, as lavouras seguem em evolução, inclusive com as primeiras áreas sendo colhidas em algumas localidades. As diferentes condições climáticas registradas entre as muitas regiões produtoras podem gerar variações nas produtividades obtidas, mas a expectativa ainda é de um resultado nacional superior àquele obtido em 2020/21, particularmente em razão do incremento de área", avalia a Conab, no relatório.

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A produção de milho também foi revisada para baixo, de 117,181 milhões para 112,901 milhões de toneladas, considerando os três ciclos anuais da cultura, monitorados pela Conab. Ainda assim, a safra do cereal deve ser 29,7% maior que a registrada na temporada passada.

O que puxou o número deste ano para baixo foi  a safra de verão, plantada, principalmente no Sul do Brasil, onde a seca prejudicou lavouras. A estimativa de colheita caiu de 29,066 milhões para 24,786 milhões de toneladas. As previsões para a segunda e terceira safras foram mantidas em 86,259 milhões e 1,856 milhão de toneladas.

"A Conab prevê uma produção de 112,9 milhões de toneladas para a safra 2021/22 diante de um aumento esperado de 23,4% da produtividade total das lavouras do cereal, comparando-se com a safra anterior. Todavia, cabe ressaltar que a Companhia espera uma redução de 3,4% na produtividade da primeira safra de milho em curso comparada com a primeira safra de milho em 2021", diz o relatório.

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A Conab reduziu também a estimativa para a produção de arroz, que passou de 11,455 milhões para 11,380 milhões de toneladas. A colheita deve ser 3,2% menor que a registrada na safra 2020/2021, estimada em 11,754 milhões de toneladas.

"Esse resultado é reflexo, principalmente, das estimativas de leve redução da produtividade (-2,5%) em conjunto com a projeção de redução de área da cultura (-0,7%), com base em estudo econométrico em conjunto com uma análise de campo realizada pelos colaboradores das superintendências regionais", informa o relatório.

O número para a produção de feijão também foi revisado para baixo, de 3,136 milhões para 3,084 milhões de toneladas, somando os três ciclos anuais para a cultura nas variedades cores, caupi e preto. Ainda assim, a produção do grão deve ser 7,2% superior à registrada na safra 2020/2021, que foi estimada em 2,877 milhões de toneladas.

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No primeiro ciclo, a colheita deve ser de 988,4 mil toneladas. "No geral, as condições climáticas vêm se mostrando distintas entre os estados, tendo localidades com ótimas condições e outras em situação crítica, especialmente no aspecto da escassez de chuvas", afirmam os técnicos. No segundo ciclo da atual safra, a colheita de feijão deve ser de 1,280 milhão de toneladas; e no terceiro, de 815 mil toneladas.

Já a estimativa para a produção de algodão foi revisada para cima pela Conab. A colheita de algodão em caroço passou de 3,804 milhões para 3,942 milhões de toneladas. E a produção do algodão em pluma foi elevada de 2,611 milhões para 2,708 milhões de toneladas.

"Os valores pagos pela pluma estão em patamares muito elevados, o que incentiva o aumento de área pelo produtor. Desde meados de 2020, os preços do algodão estão com tendência de elevação. Em 2021, de forma sucessiva, foram renovados os patamares máximos nominais do valor recebido pelo produtor", diz a Companhia.

Culturas de inverno

Entre as culturas de inverno, a Companhia Nacional de Abastecimento revisou a estimativa de colheita de 9,398 milhões de toneladas para 9,248 milhões. O número considera lavouras de aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale. Na principal das lavouras de inverno, a do trigo, os técnicos revisaram a estimativa de produção de 7,810 milhões para 7,679 milhões de toneladas. A safra de aveia caiu de 1,044 milhão para 1,035 milhão de toneladas.

"No caso do trigo, a safra 2021 foi concluída. O resultado final ficou acima do obtido na temporada passada, mesmo com as adversidades climáticas, com períodos prolongados de estiagem e a incidência de geadas registradas em parte do ciclo, que reduziram o potencial produtivo. No entanto, o bom incremento de área plantada favoreceu o desempenho da cultura", diz a Conab, em nota.

A área total plantada com grãos no Brasil na safra 2021/20221 foi estimada pela Conab em 72,110 milhões de hectares, aumento de 4,5% em comparação com a safra 2020/2021 (69,008 milhões de hectares).
Source: Rural

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